Cezar Leite avalia decisão do Senado sobre Aécio Neves e crise entre Michel Temer, Rodrigo Maia e o PSDB: ‘Nós vivemos um cenário nebuloso de instabilidade política’

Ao comentar sobre as decisões e os embates no atual cenário político nacional em relação a decisão do Senado em não afastar Aecio Neves do mandato de senador e a crise que envolve o presidente Michel Temer, o presidente da Câmara dos deputados, o deputado Rodrigo Maia (DEM) e o PSDB, o vereador Cezar Leite avalia que ‘o Brasil vive um cenário nebuloso de instabilidade política’ com momento de disputa e de embate que leva a ‘relações conflituosas’ que ampliam a uma situação de falta de credibilidade do Congresso e da política no país.

O vereador avaliou a decisão do Senado ao levar em consideração o julgamento técnico, jurídico e político da situação do senador Aécio Neves, que foi absolvido em plenário pela maioria dos parlamentares, por 44 votos à 26. O parlamentar defende que o senador deveria ser afastado do mandato.

“Existem duas situações, uma que se discute tecnicamente, que é a não interferência do STF no Senado em que nesse momento todos pedem o afastamento de Aecio. Todo mundo sabe o meu posicionamento político, pois se houve um senador, mesmo sendo do meu partido que foi pego com áudios e com mala, naturalmente, tem que ser afastado para ser avaliado, mas tem o pensamento técnico de quem discute a parte técnica que seria sobre a interferência do STF no Senado. Em uma hipótese de um senador que tivesse a favor da população e tivesse um mega esquema contra esse senador, poderia afastar o senador que defende a população. Então, essa é a tese que se defende, mas a linha que defendo é que deveria realmente o senador ser afastado até resolver todos os problemas e tirar todas as dúvidas em relação ao envolvimento dele em caso de corrupção”, defende Cezar.

Na avaliação do tucano, a situação do ministro da Secretaria de Governo, Antônio Imbassahy, de tentar intermediar como articulador político a tensão entre o presidente Michel Temer e Rodrigo Maia, além do conflito interno dentro do PSDB é um desafio difícil.

“Isso é visível. O ministro Antônio imbassahy, que é um homem forte de Temer, está tentando fazer essa articulação no governo. O Temer responde a vários tipos de denúncias e está tendo vários tipos de acordo com vários deputados. O Imbassahy hoje é braço direito de Temer e está tentando articular todo esse capital político que o Temer pode adquirir. O Rodrigo Maia está também em um momento de embate e de disputa. É um cenário muito nebuloso e muito difícil atualmente”, analisa Cezar.

Para Cezar, existe atualmente na política uma relação conflituosa, uma especie de erupção na política, muito provocado pela Lava Jato. “Isso é inquestionável. Há um envolvimento da sociedade na política. Hoje,  não se pode fazer nada. Os políticos hoje são vigiados o tempo todo. A política que se fazia há dez anos atrás não é a mesma de hoje e os políticos precisam aprender isso. Nós vivemos uma instabilidade política muito grande com um presidente que tem um forte apoio dentro do Congresso, mas tem uma impopularidade grande com a sociedade, mostrando o nível de fisiologismo que a gente vive hoje na política, apesar da melhoria. Acho que grande parte da melhoria aconteceu depois de retirar Dilma mesmo. O grande fator da melhora no país foi a retirada do governo do PT do comando. Isso já foi um fator extraordinário”, avalia Cezar.

Mudando completamente de assunto político para destacar a semana em homenagem aos profissionais médicos no último dia 18 de outubro, o vereador, que é também médico, considera que a classe sempre tem o que comemorar, porque “nós médicos temos uma profissão livre e, por ter essa liberdade, os governantes tem medo da gente”.

“E é pra ter medo, mesmo, porque nós somos formadores de opinião. Nós somos autônomos, somos independentes e vamos continuar colocando o dedo na ferida, denunciando e lutando cada vez mais pelo bom atendimento de nossos pacientes, por uma melhor qualidade de vida e uma saúde decente para o nosso povo, que é o que importa. Há 14 anos, a classe médica nunca foi recebida pelo governo federal. Foi recebida agora pelo governo Temer, mas é a mesma coisa: entra por um ouvido e sai pelo outro, finge que ouve. O governo do Estado não recebe a classe médica. Os partidos socialistas têm uma dificuldade de ter uma relação com os profissionais médicos. Já o governo municipal também, pois existe uma dificuldade de relação direta com as associações e as sociedadas médicas. De uma forma geral, os governantes têm uma resistência na negociação com a classe médica”, finaliza Cezar.

Rafael Santana

 

Sobre Emmanuel

Como me defino? Pernambucano, católico e ANCAP. Sem mais delongas... " Totus Tuus Mariae". "... São os jovens deste século, que na aurora do novo milénio, vivem ainda os tormentos derivados do pecado, do ódio, da violência, do terrorismo e da guerra..." Um adendo: somos dois pernambucanos contra um "não-pernambucano". Rs

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