
Uma discussão pública convocada pelo vereador Alexandre Aleluia (DEM) em audiência na Câmara Municipal colocou lado a lado defensores e críticos do PL 001/2017, o projeto municipal que versa sobre ‘Escola Sem Partido’ que tem o vereador Cezar Leite (PSDB) como um dos que são favoráveis à proposta
Uma audiência pública no dia 29 de Maio debateu o projeto de lei (nº 001/2017) que institui o programa Escola Sem Partido na rede de ensino. O projeto proposto pelo vereador Alexandre Aleluia (DEM) tem o objetivo de combater a doutrinação político-partidária e ideológica nas escolas da rede pública e privada em Salvador.
Para o vereador Cezar Leite, a intenção do projeto apresentado por Aleluia não é privar os alunos de um ensino político, mas ministrar aulas sem vieses a esquerda ou direita.
O tucano mencionou que o projeto que tramita no âmbito municipal começou em Alagoas, muito parecido com o Escola sem Partido, “mas quando foi para a Câmara Federal com Jean Willis, ele utilizou o nome Escola Livre e mudou o contexto, quando, na verdade, o termo Escola Livre veio de Alagoas, que era muito parecido com o Escola sem Partido”.
“Quando a gente discute uma nova forma para os professores estamos discutindo educação. Isso só está vindo a pauta porque o nosso setor de educação está muito ruím. Se o nosso setor de educação funcionase como dever-se, iria funcionar ensinando e formando o aluno, desenvolvendo a capacidade de criatividade e de inteligência, nós certamente não estarriamos discutindo isso. Nós estamos discutindo pontos que alguns professores abrem mão da instrução da educação para doutrinar, para ter um viés político, coisas que fogem da função original das escolas. A escola, ao meu ver, é para instruir. A educação é algo muito amplo que parte da família, das escolas, da sociedade, do ambiente onde o aluno frequenta”, opina.
Leite defende que a função da escola, que é de instruir, acaba sendo substituida pela questão política exercida pelos professores.
“Se tivéssemos hoje uma educação válida, seja pública ou privada, de excelência, certamente, esse debate não viria a tona, porque a nossa maior preocupação seria instrução”, defende.
Apesar de não ter participado do debate, o tucano repudiou os atos de agressão e violência por parte de manifestantes durante o debate sobre Escola sem Partido na CMS.
“O que não dá para ter é violência, a não-democracia, porque estamos aqui para discutir e debater ideias e pensamentos divergentes. O que não pode é algumas pessoas induzidas ou não por instituições e partidos partindo para agressão física, porque senão ai eu vou pedir para o meu colega vereador Alexandre Aleluia e eu vou fazer o Escola para Partidos de forma que eduquem alguns partidos e alguns líderes que a gente precisa dialogar, debater e não partir para a violência. O pessoal da esquerda já foi melhor em argumentações e perderam a capacidade de argumentar, de dialogar e de debater. Hoje, quando nós vamos para o debate, o campo de discussão parte para agressão, intolerância para não aceitação. Eu costumo dizer que infelizmente, os partidos de esquerda se autointitulam democratas. Logo, se você não pensa igual a mim, somos antidemocrata. A democracia faz parte desse debate do ouvir, do falar, do tentar convencer e ser convencido. Claro que eu tenho ideologia diferente de ideologia da ala de esquerda, mas por respeito a democracia eu ouço, eu discuto e não parto para a intolerância, para briga sem rótulos pra tentar desmoralizar o oponente na discussão, mas não é assim. E não tenho problema de discutir com eles, mas agressão a gente não pode permitir”, critica Leite.
Rafael Santana