
Diante do conteúdo do vídeo exibido pelo PSDB que gerou divisão e racha entre os tucanos, o que agrava ainda mais a crise interna do partido, o vereador Cezar Leite disse que que o vídeo veio no momento apropriado na intenção de falar claramente e com verdade para a sociedade.
“Eu acho que todo momento é apropriado. Eu acho que tem que falar pra sociedade claramente e quando a gente fala claramente não tem momento certo, tem que ser verdadeiro. A propaganda tem tido uma boa resposta para a sociedade e tem mostrado que o PSDB tem analisado a politica atual e precisa voltar aos seus valores e seus princípios de defender a sociedade, do posicionamento em relação a transparência, sem ter vínculos com cargos públicos, sem fazer a política pela política”, defende.
No conteúdo do vídeo que trata sobre o presidencialismo de coalizão e o presidencialismo de cooptação, o vereador disse que dentro dos princípios do PSDB existe a idéia de parlamentarismo que, na visão dos tucanos, é o sistema político mais adequado para o país que fortalece o congresso, as representações da sociedade e prevê sempre ter um bom governo forte.
“Um governo que não é forte, ele cai, ele é truncado, e no sistema presidencialista em que mais de 70% de concentração dos impostos ficam em Brasília, tem um poder muito forte e muito grande. A partir daí, você consegue fazer as negociações e as cooptações. Quando se tem dinheiro para negociar na política, você perde um pouco da questão democrática da representatividade. Eu acredito que tenha sido isso que o PSDB quis falar de uma forma geral, não especificamente ao governo Temer. É a sensação que eu tenho. Eu sou oposição ao que Temer vem fazendo, mas no meu entendimento, a postura do PSDB foi mostrar isso, que o presidencialismo com força e com arrecadação e dinheiro pode se tornar um presidencialismo de cooptação pelo poder do dinheiro e o parlamentarismo no futuro ser o sistema mais adequado”, argumenta.
Na declaração do senador Ricardo Ferraço de que a atual proposta de reforma política atende interesses de parlamentares que buscam a reeleição, Cezar Leite disse que algo tem ser feito, pois o sistema politico atual não funciona.
“No sistema atual, você tem candidatos celebridades que conseguem milhões de votos e que são financiados também pra isso e conseguem arrastar candidatos de menor nome ou que faz parte do estabilishment, mas que não tem poder de voto, mas consegue se manter porque incentiva celebridades para que tenham muito voto. Isso não é interessante para a sociedade. Se o Distritão é a melhor opção a longo prazo, nesse momento de transição acredito que é a melhor opção sim, onde democraticamente se elege os mais votados. E aí, cabe não só a questão do financiamento, pois é verdade que quem tem dinheiro pode comprar voto, porque tem gente que vende voto infelizmente, mas temos que acabar com isso, mas dar oportunidade as pessoas que representam um segmento. Se a pessoa representa um segmento com idéia e for realmente forte com o segmento e com sua ideia, com certeza, ela será eleita com o Distritão”, disse.
Quanto a proposta de fundo público de R$ 3,6 bilhões para bancar as campanhas políticas, o vereador disse é contra qualquer tipo fundo público para financiamento eleitoral.
“Eu sou contra a utilização do dinheiro público para campanha politica. O político tem que ter poder de convencimento e, com o seu trabalho, ser identificado pela sociedade como bom representante. Se você tem amigos e pessoas que acreditam em você, sendo pessoa física, que venha doação de pessoa física com todas as regras eleitorais, mas dinheiro público em campanha, eu sou absolutamente contra, mesmo porque hoje se consegue fazer campanhas mais baratas pelas mídias sociais. Minha eleição, por exemplo, é típico disso, em que tive 7.447 votos trabalhando essencialmemte as mídias sociais. Minha postura é contra o financiamento público e, neste momento, sou a favor do Distrital Misto que, pra mim, é o melhor sistema em que se tem metade dos votos de forma majoritária a depender da região e metade em nível proporcional. Eu acho que é um equilíbrio muito grande através do Distrital Misto que é um modelo alemão”, defende.
O oposicionista ironizou a decisão do governador de retirar PM’s da segurança institucional da Câmara e da Prefeitura. “O governador tem que deixar de mimimi e de picuinha, e trabalhar. Trabalhar e deixar de fazer picuinha”, ironiza Leite.
Rafael Santana