
A Conmebol declarou no início da tarde de segunda-feira (5), a Chapecoense como campeã da Copa Sul-Americana de 2016. A decisão foi tomada pelo conselho da entidade após uma reunião e homenageia o clube que foi impedido de disputar a final da competição por causa do trágico acidente aéreo que vitimou boa parte de sua equipe no início da semana passada.
Além de premiar o time catarinense com o maior título de sua história, a decisão da Conmebol vai render à Chapecoense uma importante quantia financeira neste momento de reestruturação. Com o título declarado, o clube vai garantir cerca de US$ 5 milhões em premiações no total.
“A Confederação Sul-Americana de Futebol confirma que o Conselho da Conmebol, em sua qualidade de autoridade permanente encarregada de fazer cumprir os estatutos da instituição, decidiu declarar a Associação Chapecoense de Futebol campeã da edição de 2016 da Copa Sul-Americana”, explica a Conmebol em nota.
Com o título, a Chapecoense disputa em 2017 a Libertadores pela primeira vez em sua história, e entra diretamente na fase de grupos. O clube está garantido também na Recopa Sul-Americana do ano que vem, justamente diante do Atlético Nacional, da Colômbia, com quem estabeleceu uma relação de irmandade e solidariedade neste momento doloroso. Por fim, os catarinenses irão jogar também na próxima temporada, a Copa Suruga, contra o campeão da Copa da Liga Japonesa.
Ao decretar a conquista da Chapecoense, a Conmebol decidiu também que o clube catarinense vai receber “todas as prerrogativas esportivas e econômicas” que o título garante. Desta forma, não só o time catarinense garantirá os US$ 2 milhões (cerca de R$ 7 milhões) pela conquista, como também as quantas referentes à classificação para a Libertadores, para a Recopa e para a Copa Suruga.
Parte fundamental nesta decisão da Conmebol, o Atlético Nacional foi também reconhecido pela entidade. Ainda em nota, a confederação anunciou que dará ao clube colombiano “o reconhecimento extraordinário do prêmio ‘Centenário Conmebol para o Fair Play'”.
“Para a Conmebol, não há maior prova de ‘espírito de paz, compreensão e jogo limpo’, listados como objetivo de nossa instituição, que a solidariedade, a consideração e o respeito exibido pelo Club Atlético Nacional da Colômbia com seus irmãos da Associação Chapecoense de Futebol do Brasil”, explica.
Imediatamente após o tragédia aérea, o Atlético Nacional pediu que o título sul-americano fosse dado ao clube brasileiro, e a Conmebol confirmou ter recebido esta requisição. Por isso e por todas as homenagens prestadas pelo time de Medellín desde então, o premiou com esta honraria e com US$ 1 milhão.
“Na quarta-feira, 30 de novembro, a Conmebol recebeu uma carta do Club Atlético Nacional, dirigida ao senhor Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol, pedindo que a confederação ‘entregasse o título da Copa Sul-Americana à Associação Chapecoense de Futebol como prêmio honorífico a sua grande perda e homenagem póstuma às vítimas do acidente fatal que enluta nosso esporte”.
Impedida de disputar sua primeira final internacional, a Chapecoense tem neste título, o mais importante de sua história, um pequeno alento após tragédia que a acometeu no início da semana passada. Na madrugada de segunda para terça-feira, o avião que levava o time para Medellín, para a primeira partida da decisão, caiu em uma mata fechada da cidade e matou 71 pessoas. A maioria delas, membros da delegação e profissionais da imprensa brasileira.
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