Um levantamento recente da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) revelou a complexidade e o alcance das organizações criminosas dentro do sistema prisional brasileiro. Segundo o estudo, 88 facções atuam em 1.760 pavilhões prisionais espalhados pelo país, sendo que o Nordeste concentra o maior número delas, com 46 organizações.
Dentro dessa realidade, a Bahia desponta como o estado com mais facções, somando 21 grupos criminosos, enquanto o Sul e o Sudeste seguem com significativas presenças, especialmente no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais, onde há intensa rivalidade entre o PCC (Primeiro Comando da Capital) e o CV (Comando Vermelho).
No cenário nacional, o PCC se destaca como a organização criminosa mais presente, com atividades em 24 estados e no Distrito Federal, ficando ausente apenas no Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Já o CV, originado no Rio de Janeiro, marca presença em quase todo o país, exceto São Paulo e Rio Grande do Sul.
O levantamento indica também que 72 dessas facções operam em nível local, 14 têm atuação regional, e duas, incluindo o PCC, possuem influência nacional e até internacional, evidenciando o poder de alcance e a organização interna dessas facções.
A situação alarmante ressalta a necessidade de estratégias de combate ao crime organizado dentro e fora dos presídios, reforçando a complexidade do desafio para as autoridades.
A disseminação das facções pelo território brasileiro demonstra não apenas o aumento da criminalidade nos presídios, mas também os riscos de expansão e conexão desses grupos com redes criminosas fora dos muros prisionais.