
O regime de Nicolás Maduro tem ignorado as tentativas do governo brasileiro de renegociar uma dívida de US$ 1,74 bilhão, o equivalente a quase R$ 10 bilhões. O valor inclui financiamentos de obras e serviços prestados por empresas brasileiras na Venezuela, cobertos pela União depois de calote do país vizinho.
Segundo o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a cifra atualizada do calote correspondia a US$ 1,74 bilhão (cerca de R$ 10 bilhões) em fevereiro, incluindo os valores indenizados pela União aos bancos financiadores e os juros cobrados pelo atraso da dívida.
A dívida está vinculada a financiamentos para exportação de bens e serviços de empresas brasileiras para a Venezuela. O BNDES concedeu empréstimos para empreiteiras brasileiras realizarem obras no exterior, como a ampliação do metrô de Caracas e a construção da Siderúrgica Nacional. Nesse modelo, o país beneficiário (Venezuela) era responsável pelo pagamento.
Em caso de inadimplência, o FGE, ligado ao Ministério da Fazenda, garantia o pagamento aos bancos financiadores.
A equipe econômica informou também que os atrasos têm sido reportados a instituições multilaterais, em especial ao Clube de Paris –organização informal que reúne grandes fornecedores de crédito, como França, Alemanha e Estados Unidos. Segundo a Fazenda, outras quatro parcelas (se confirmado o não pagamento) serão indenizadas até junho, no valor de cerca de US$ 16 milhões (em torno de R$ 90 milhões). Além disso, haverá cobrança de juros conforme os termos dos contratos de financiamento cedidos à União até a data de quitação dos atrasos.