
A pressão sobre o governo Lula aumentou após o deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO) conseguir o número mínimo de assinaturas para abrir uma CPI que promete escancarar um dos maiores escândalos recentes envolvendo aposentados do INSS. Com mais de R$ 6 bilhões desviados por meio de descontos não autorizados em benefícios previdenciários, o esquema já está sendo chamado por parlamentares da oposição de “CPI da Fraude no INSS”. A investigação vai mirar sindicatos e associações acusadas de agir em conluio com esquemas criminosos, sem qualquer consentimento dos beneficiários.
“Essa CPI vale a pena, porque é a favor dos aposentados. Precisamos colocar na cadeia esses criminosos e devolver o dinheiro do aposentado e pensionista brasileiro”.
Ao todo, 174 deputados assinaram o requerimento: três a mais do que o necessário para dar início à comissão. O parlamentar também cobrou punição para responsáveis por falsificação de documentos e alertou para a possibilidade de conexões políticas encobrirem os desvios.
O caso ganhou força após operação conjunta da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União identificar fraudes em massa, que ocorriam com a anuência de entidades que deveriam proteger os aposentados, mas que viraram máquinas de extorsão.
Em um país onde os velhos são usados como massa de manobra para interesses políticos, a CPI surge como uma esperança de reparação.