O relatório final da CPI das Bets escancarou o envolvimento direto de influenciadores digitais com “falsas promessas de ganho fácil” em plataformas de apostas ilegais. Nomes como Virgínia Fonseca e Deolane Bezerra estão entre os 16 alvos de pedido de indiciamento por crimes como estelionato, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Deolane, inclusive, é acusada de ser “sócia oculta” de uma casa de apostas operando com liminar judicial. Já Virgínia, segundo a relatora Soraya Thronicke, simulava apostas com contas subsidiadas pelas próprias plataformas para enganar seguidores.
O caso escancara a zona sem lei do setor de apostas, com a omissão do governo petista, que só age sob pressão e assiste ao alastramento de jogos como o “Tigrinho”, chamado de “caça-níqueis digital” pelo próprio relatório.
Com sete meses de investigações, 20 reuniões e 19 depoimentos, a CPI ainda apontou que a Paybrokers, a 7Games e a ZeroUm seriam usadas para movimentações milionárias e ocultação de patrimônio. A relatora também pediu a criação de três novos tipos penais e um pacote de 20 medidas para conter o avanço desse esquema. Mas a comissão, sabotada nos bastidores por aliados do ex-presidiário Lula e pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, deve ser encerrada no sábado sem prorrogação.
“A atuação de influenciadores em redes sociais não é como uma publicidade qualquer. Esses vídeos de apostas irreais induzem os seus seguidores em erro”, afirmou Soraya.