
Lula até conseguiu um respiro na pesquisa Datafolha, mas os números mostram que a rejeição continua maior que a aprovação. Em fevereiro, só 24% avaliavam o governo como ótimo ou bom. Agora, subiu para 29%, ainda bem longe dos 38% que acham o governo ruim ou péssimo.
A queda de popularidade tem explicação clara: inflação nos alimentos, confusão com o Pix e a comunicação desastrosa do governo. Nem a mudança na Secom, com a entrada do marqueteiro Sidônio Palmeira, trouxe resultado imediato. O governo correu para lançar a campanha “Brasil Dando a Volta por Cima”, mas parece que quem está de saco cheio é o povo, especialmente no Nordeste, onde a avaliação positiva caiu de 49% em dezembro para 38% agora.
A frustração do povo nordestino, que foi a base de apoio mais fiel de Lula, começa a respingar nos governos estaduais petistas. Na Bahia, onde Jerônimo Rodrigues amarga uma gestão marcada pelo avanço do crime, o cenário é ainda mais crítico. A rejeição ao PT cresce na medida em que a violência toma conta de Salvador e o governador cruza os braços. Não combate o crime de frente e parece perdido, como se esperasse que a própria sorte resolvesse a insegurança que sufoca a população.
Mesmo com a tentativa de melhorar a imagem junto aos mais escolarizados e às classes mais altas, o saldo continua ruim.
Em 2005, Lula enfrentava o escândalo do mensalão e tinha aprovação parecida. Hoje, mesmo sem crise política explícita, a percepção é de que nada melhorou: 29% dos brasileiros dizem que a vida piorou após a posse, contra apenas 28% que veem alguma melhora.
Quando até quem mais defendia Lula começa a mudar de lado, é sinal de que o ciclo pode estar se encerrando. A paciência do eleitor acabou, e isso já ameaça diretamente o futuro de Jerônimo na Bahia: hoje visto como o pior governador da história do estado.