Deputados da base do governo admitem que população rejeita reforma da Previdência 

Crédito: Antonio Augusto/Câmara dos Deputados

Ao contrário do que diz o Palácio do Planalto, a população ainda resiste à reforma da Previdência e questiona os números apresentados pelo governo para justificar a urgência da mudança no sistema. A afirmação é de deputados da própria base aliada do governo, que passaram as últimas semanas do recesso em contato mais intenso com o eleitorado. Eles admitem que essa pressão tende a pesar no voto caso o tema realmente seja colocado em votação no plenário da Câmara em fevereiro.

Deputados contaram ao Estadão/Broadcast que alguns eleitores rejeitam a proposta porque a associam à imagem negativa do governo. Na avaliação desses eleitores, o sistema previdenciário se tornou insustentável por causa da corrupção e agora a conta chega mais pesada para a população.

“É difícil convencer alguém do contrário. É difícil separar as coisas para o eleitor porque está impregnado (o conceito)”, disse o deputado Marcos Rogério (DEM-RO). “O fato de (o governo) estar envolvido em coisa errada deslegitima até as medidas acertadas”, emenda o deputado.

Os deputados, principalmente os que pretendem disputar a reeleição, costumam aproveitar as férias para intensificar as atividades políticas em seus Estados. Nas andanças pelas bases eleitorais, os deputados apontam que no interior do País a propaganda do governo pró-reforma ainda é deficiente e que, embora os esclarecimentos tenham ficado mais “didáticos” onde chegam, o governo perdeu a batalha inicial da comunicação.

Agora, dizem os deputados, é difícil reverter a percepção de que o projeto é prejudicial aos trabalhadores. “O eleitor, sobretudo do Piauí, é contrário à reforma da Previdência. Ficou na cabeça das pessoas que o texto é contra o povo. E é difícil mudar a cabeça das pessoas. Não sei se o governo vai conseguir reverter isso, não”, resume o deputado Marcelo Castro (MDB-PI).

O emedebista disse ter ficado satisfeito com a retirada dos trabalhadores rurais do texto, elogiou o aumento gradual da idade mínima, mas disse que ainda não tem voto definido. “Tenho de estar convencido e em sintonia com meu eleitor”, declara Castro.

Desconfiança

Ex-líder da bancada do PP, Eduardo da Fonte (PE) disse que já foi abordado por eleitores questionando o quanto o País paga em juros e se o que o governo gasta com a dívida não seria suficiente para cobrir a Previdência.

“O maior problema do Brasil é o que se paga de juros para rolar a dívida”, comenta. Para o parlamentar, não há mais propaganda que faça o governo melhorar o conceito da população pernambucana sobre a reforma. “Não posso votar contra o meu eleitor”, afirma.

No Distrito Federal, um dos vice-líderes do governo na Câmara, o deputado Rogério Rosso (PSD-DF) disse que é comum a desconfiança dos eleitores sobre os números deficitários da Previdência. Ele considera que o Executivo errou ao produzir um texto inicial “muito duro” e ao eleger os servidores como foco dos privilégios que a nova Previdência pretende atacar. “O uso do servidor como algoz foi um tiro no pé”, considera.

Rosso concorda que hoje o governo está longe ainda de garantir os 308 votos necessários para aprovar uma emenda à Constituição, por isso ambos têm dúvidas se a PEC será realmente votada em fevereiro.

Informações do Estadão Conteúdo

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