
“Consciência” e “convicção” foram os motivos evocados pelos peessedebistas João Gualberto e Jutahy Magalhães Jr. para justificar o voto pelo prosseguimento da denúncia contra o presidente Michel Temer. A posição dos dois, entretanto, expõe feridas abertas no PSDB da Bahia, no bojo de divergências nacionais da sigla social-democrata.
Do mesmo partido do ministro da Secretaria de Governo e ex-prefeito de Salvador, Antônio Imbassahy, os dois parlamentares baianos fazem parte do grupo de 30 tucanos que, entre a bancada de 46 deputados eleitos pelo PSDB na última disputa, defendem a queda do presidente Michel Temer, o desembarque imediato do governo e uma renovação partidária.
Do outro lado, estão 16 membros do tucanato, que pregam justamente o oposto, se recusando a entregar os cargos ocupados no governo federal.
“Cada um trabalha com sua consciência. Imbassahy está trabalhando lá para reverter isso, porque é ministro, mas a denúncia é consistente”, justifica João Gualberto.
Na mesma linha, Jutahy Magalhães Jr., que disputou com Imbassahy a liderança do partido na Câmara em uma votação apertada, afirmou que “há indícios suficientes” para que Temer continue a ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), com o aval da casa legislativa.
Advogado de formação, o tucano afirma, ainda, que a denúncia é “juridicamente indiscutível”.
“Votei contra Collor, contra Dilma e votarei contra Temer também, pois respeito a Constituição, não sou partidário”, disse ele, ao ser questionado se a ascensão do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), ao maior cargo do país beneficiaria o PSDB, aliado tradicional dos democratas.
Fonte: A TARDE On Line