
O dólar alcançou a marca histórica de R$ 6 nesta quinta-feira (28), impulsionado pelas reações negativas ao pacote de cortes de gastos apresentado pelo governo Lula. A moeda americana, que já vinha em alta, disparou após o anúncio das medidas fiscais, consideradas confusas e insuficientes para equilibrar as contas públicas.
A situação expôs uma contradição do discurso petista, que, durante o governo Bolsonaro, criticou duramente a possibilidade de o dólar ultrapassar esse valor.
Além disso, a gasolina também ultrapassa os R$ 6 por litro atualmente, agravando ainda mais a pressão sobre os consumidores.
Diante do cenário, o PT apontou o “mercado” como culpado pela instabilidade, enquanto a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, direcionou críticas ao Banco Central e seu presidente, Roberto Campos Neto. Segundo ela, a ausência de intervenções como leilões de swap cambial foi “um crime contra o país”, reforçando a visão de que a autoridade monetária deveria ter agido para conter a especulação.
A justificativa do governo, que vinculou a isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil a novas alíquotas para faixas superiores, também não convenceu os agentes econômicos.
Com o dólar em alta e a inflação no radar, os próximos passos do governo ganham ainda mais relevância. O mercado aguarda um sinal claro de compromisso fiscal para evitar maiores danos à economia.
Enquanto isso, o debate político sobre o papel do Banco Central e a estratégia fiscal do governo promete se intensificar, com efeitos diretos sobre a percepção dos investidores e o bolso dos brasileiros.