
O MDB da Bahia vive um dos piores momentos de sua história, afundado em derrotas humilhantes e com seu futuro político em xeque. O partido, que já foi uma força de peso no estado, agora amarga a desastrosa campanha de Geraldo Júnior, vice-governador e candidato a prefeito de Salvador em 2024. Com menos votos que brancos e nulos, Geraldo ficou em quarto lugar, enquanto Bruno Reis conquistou uma vitória esmagadora com quase 80% dos votos.
O fracasso foi tão grande que nem mesmo nomes antes populares, como o católico de extrema-esquerda radical Joceval Rodrigues, conseguiram se reeleger, deixando o MDB com apenas um vereador na Câmara de Salvador.
A crise no MDB abriu espaço para articulações dentro do governo do PT na Bahia. Petistas já preparam um movimento para rifar Geraldo Júnior e sua base emedebista, oferecendo o espaço ao PSD de Otto Alencar em troca de apoio a uma chapa puro-sangue em 2026. A proposta, defendida pelo senador Jaques Wagner, inclui Jerônimo Rodrigues disputando a reeleição ao governo, Rui Costa e o próprio Wagner concorrendo ao Senado.
Essa estratégia escancara o desgaste do MDB como aliado e a busca do PT por fortalecer seu controle político, mesmo que à custa de antigos parceiros.
Lúcio Vieira Lima, presidente de honra do MDB na Bahia, criticou as manobras do PT e lembrou que Jerônimo só chegou ao governo graças a uma união de forças, incluindo o tempo de TV e o apoio dos partidos aliados. Ele destacou que Jerônimo começou a campanha de 2022 com apenas 3% nas intenções de voto e só venceu por uma margem apertada de 400 mil votos, graças ao empenho de lideranças como Rui Costa e Jaques Wagner.
Para Bitelo, as movimentações para formar uma nova chapa majoritária sem diálogo com os aliados são precipitadas e arriscam repetir erros que levaram à derrota de ACM Neto, em 2022, quando sua chapa foi definida de forma tardia e desorganizada.
O desgaste do MDB é sintomático da desarticulação política que assola o governo de Jerônimo Rodrigues, marcado por crises administrativas e um modelo de gestão que prioriza o controle político em detrimento da eficiência.
A aliança “de boca para fora”, como definiu Lúcio Vieira Lima, está ruindo, e o PT parece mais preocupado em consolidar seu poder do que em garantir estabilidade e resultados para a Bahia. A cada nova manobra, o futuro da base governista se torna mais incerto, refletindo um cenário político que já não inspira confiança nem mesmo entre os próprios aliados.
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(Com informações do Política Livre)