
Os gestores da Voepass estão sob intensa pressão após ignorarem e-mails de uma comissária que alertava sobre graves problemas nas aeronaves da empresa. Segundo documentos obtidos pela reportagem do portal LeoDias, a comissária havia detalhado várias situações de risco, como falta de freios, pneu com bolha, peças danificadas e vazamentos, ressaltando o perigo iminente para tripulantes e passageiros.
Em um dos e-mails, enviado em fevereiro, ela descreveu como a empresa estava operando com um freio a menos e um pneu prestes a estourar, colocando todos os voos em sério risco.
A situação relatada pela comissária não foi um caso isolado. Outros funcionários também expressaram suas preocupações sobre a precariedade das condições de voo na Voepass. Um deles mencionou que as tripulações frequentemente voam sem saber se voltarão para casa, devido à prática de “arrumar o errado tirando peça de outro avião”.
A insegurança crescente culminou em um acidente trágico em Vinhedo (SP), em agosto, envolvendo uma aeronave da empresa. Apenas um mês antes, o piloto dessa mesma aeronave havia registrado um incidente com fogo no motor, destacando a negligência na manutenção.
As revelações sobre os problemas estruturais e a falta de resposta da administração da Voepass são alarmantes. A exposição desses riscos coloca em xeque a segurança operacional da companhia e levanta questões sérias sobre a responsabilidade dos gestores em proteger tanto a tripulação quanto os passageiros.