
Em decisão unânime, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa básica de juros (Selic) de 10,75% para 11,25% ao ano, com um aumento de 0,5 ponto percentual. Essa alta era esperada pelo mercado, e o voto do presidente do Banco Central a partir de 2025, Gabriel Galípolo, reforça o consenso sobre o cenário econômico delicado. No comunicado oficial, o Copom destacou o “ambiente externo desafiador” e cobrou do governo a execução de “medidas estruturais para o orçamento fiscal.”
Com a inflação acumulada de 4,4% nos últimos 12 meses, a previsão é que o Brasil termine 2024 com uma taxa de 4,6%, ultrapassando o teto da meta.
O presidente Lula, que tem criticado a postura do Banco Central, especialmente a liderança de Roberto Campos Neto, acusa a autoridade monetária de não cooperar com seu governo. No entanto, especialistas apontam que a elevação dos juros reflete a instabilidade macroeconômica e o aumento do déficit fiscal, que criam um ambiente de cautela entre investidores.
As constantes desonerações, gastos públicos elevados e a atual orientação política têm afugentado capital externo e pressionado o dólar.
O país continua a enfrentar uma dinâmica de ajustes na taxa de juros, enquanto não há perspectiva de controle do déficit fiscal e estabilidade no cenário econômico.