
Geraldo Júnior, o único nome apadrinhado pelo governador Jerônimo Rodrigues na disputa pela prefeitura de Salvador, teve um desempenho decepcionante. Com apenas 10,33% dos votos, ficou em terceiro lugar, superado por Kleber Rosa (PSOL), que conquistou 10,43%. Esse resultado marca o pior desempenho de um candidato da base petista desde 2008.
O PT, que governa a Bahia desde 2007, enfrentou dificuldades nas eleições municipais de Salvador, vencendo apenas uma vez nesse período, em 2008, quando aliou-se a João Henrique Carneiro.
Ao longo dos anos, o partido adotou uma estratégia de pulverização, lançando múltiplas candidaturas, mas os resultados foram insatisfatórios. Em 2012, Nelson Pelegrino e Márcio Marinho somaram 46,24% dos votos, mas perderam para ACM Neto. Em 2016, Alice Portugal, o principal nome apoiado pelo então governador Rui Costa, também não conseguiu deslanchar, e ACM Neto foi reeleito com 73,99%. A mesma história se repetiu em 2020, com Bruno Reis vencendo no primeiro turno, enquanto quatro candidatos da base do governo dividiram os votos.
Neste ano, a tentativa de unificar a candidatura em torno de Geraldo Júnior fracassou. Diversos segmentos da esquerda, especialmente do PT, resistiram ao emedebista por conta de sua trajetória política, incluindo o apoio a Bolsonaro em 2018 e suas declarações sobre o impeachment de Dilma Rousseff. O resultado foi uma fragmentação da base de apoio que enfraqueceu ainda mais a oposição.
A vitória expressiva de Bruno Reis, com 78,67% dos votos, é vista como reflexo da aprovação de sua gestão e do controle da máquina pública.
O insucesso de Geraldo Júnior e seus aliados se deve à incapacidade de dialogar com os diferentes grupos sociais e à desestruturação da esquerda, enquanto Bruno Reis construiu uma imagem sólida e bem-sucedida à frente da prefeitura.
Salvador é pequena em relação ao estado. 2026 sera PT de novo.