Escolas alertam os pais sobre acesso as diferentes mídias e relação dos alunos com os conteúdos

Quem foi criança, nos anos 80 e 90, lembra-se bem que o acesso à TV e à programação dos desenhos animados e às séries infantis era limitado. Os filhos tinham hora certa para sentar no sofá e assistir ao programa preferido. Os desenhos animados como Scooby-Doo, Tom e Jerry, Tio Patinhas, Caverna do Dragão eram os preferidos até dos adolescentes, hoje pais e educadores. Não existiam grandes polêmicas, e a situação era bem mais controlável. Atualmente, os pais estão cada vez mais cautelosos e precisam ter o dobro de atenção. Com as plataformas de streaming, aplicativos on-line e redes sociais, sendo acessados a qualquer dia e hora, ficou ainda mais complicado controlar, monitorar e supervisionar o acesso da garotada.



O Villa Global Education, que está sempre atento aos acontecimentos, usa a tecnologia a favor da educação, e convida a comunidade escolar para entender além do Round 6.

Na série, que ganhou destaque no Netflix e caiu no gosto de adolescentes e até crianças, hoje primeiro lugar em todos os países, 456 pessoas endividadas ou com extrema necessidade financeira são convidadas para ingressarem numa competição de jogos infantis. O prêmio? R$ 208,8 milhões para quem vencer as seis brincadeiras, que depende da morte dos que forem “eliminados” ao longo dos jogos. As cenas de violência são impróprias para o público infantil, de forma que a classificação etária foi estabelecida para 16 anos. Infelizmente, com a internet fácil e a fama da série, a curiosidade de crianças acima de 10 anos levou muitos a terem acesso ao conteúdo, preocupando pais e escolas de todos os países.

O Villa entende que a conversa precisa ir além da série e convidou a comunidade escolar para um diálogo sobre o assunto em um encontro temático, on-line, sobre Cultura Digital e também enviou um comunicado de suporte as famílias.

“Estamos à frente de uma geração que se comunica, interage, brinca, aprende, pesquisa e consome das redes e da internet. Tudo indica que esse é um ‘caminho sem volta’. Nosso objetivo é orientar e alertar os pais sobre a importância da seleção e do diálogo acerca do que as crianças estão assistindo, jogando e fazendo nas redes sociais”, explica a professora do ensino Fundamental Anos Iniciais, Cynthia Barreto.

O Colégio quer entender como os pais estão conseguindo acompanhar e orientar o que os filhos estão consumindo na mídia, como podem ajudar a orientar e monitorar o uso dessas diversas plataformas, vídeos, TikTok, jogos e outras redes sociais. “Sabemos que é responsabilidade da família decidir o que as crianças e adolescentes devem ou não assistir, mas, como escola, precisamos honrar a nossa parceria com os pais e alertá-los sobre o que os alunos têm comentado e relatado, sobre assistir à série e outros conteúdos”, relata a diretora do Villa Paralela, Selma Brito.

As TVs já estão conectadas na internet e oferecem inúmeras plataformas para assinaturas. No celular, tablete, computador, nem se fala. Todo lugar conecta o usuário a um número infinito de plataformas com diferentes séries e filmes, onde as crianças têm conhecimento antes dos adultos de como achar e clicar para acessar. Round 6 é mais uma dessas temerosas séries que fazem sucesso e causam um verdadeiro pavor nos pais. Obviamente, misturar brincadeiras infantis com cenas de assassinato eliminando pessoas a cada passo, não pode ter efeito positivo na cabeça de ninguém, quem dirá na de uma criança. Proibir ou acompanhar? Como agir diante desta situação? A psicopedagoga do Villa Global Education, Maria Corrêa, fala sobre a situação, e ressalta que o impacto pode ser diverso, pois depende do que cada um pode entender ao assistir à série ou qualquer outro conteúdo com teor violento. Ela diz que é preciso acompanhar, orientar e ter atenção. “Estudante (adolescente ou pequenos jovens) são singulares, portanto, os impactos são também singulares. Podem sentir tristeza, compaixão, reagir de maneira agressiva ou não sentir absolutamente nada. Para tanto, a intervenção também deve ser única para um aluno/filho ou grupo”, explica Maria.

Do ponto de vista dos jovens, a aluna do Villa, Gabriela Valentinn, 14 anos, que assistiu com suporte da mãe, conta que a série não afetou sua emoção, mas falou da sua percepção: “É um contraste que a série tem de trazer brincadeiras que as pessoas já conheciam de um jeito violento, mais adulto. Algumas cenas agoniam muito, pois é muito sangue, muita gente morrendo. Mas, no geral, a série não me assustou ou afetou”, conta a adolescente.

Mãe de dois adolescentes, a médica Hellen Valois se surpreendeu quando descobriu que o filho de 14 anos estava assistindo Round 6: “Hoje em dia não consigo ter o domínio total sobre o que eles estão assistindo, apesar de restringir alguns acessos. Tomei aquele susto, pois ele estava assistindo uma série supercomentada e que não parece algo sadio mentalmente”, contou a médica. Acompanhando a polêmica, ela questionou o adolescente como ele se sentiu: “Ele me disse que apesar da violência, aquilo não transformaria ele em um assassino no futuro, pois ele sabe que nada daquilo pode ser feito. Tem consciência do que é certo e errado”, contou a mãe, que também começou a assistir à série para acompanhar e entender o que o filho está consumindo. Hellen ainda ressaltou que o adolescente falou sobre a semelhança, em termos de violência, com os jogos de videogame.

“O cuidado deve ser constante. Pais e escolas devem ficar sempre atentos, já que as produções audiovisuais não param e o acesso aos conteúdos está cada vez mais fácil. O caminho é a orientação, a atenção e o apoio”, reafirmou a psicopedagoga Maria Corrêa. A opção para os pais, principalmente com crianças mais jovens é a restrição nas plataformas que apresentarem esse botão. Mesmo assim, o controle completo é impossível, já que os assuntos dominam as redes sociais como Instagram, TikTok e Twitter. Por isso, para o Villa, é tão importante ir além da discussão sobre a série, já que os memes, clipes e challenges (desafios compartilhados entre os jovens) nessas outras redes, foge do controle de todos. “Atenção, escuta e orientação é o nosso papel. Somos parceiros dos pais e estamos conectados com os nossos alunos”, disse Daniela Oliveira, coordenadora do Ensino Fundamental Anos Iniciais do Villa.

 

 

 



Sobre Clara

Estudante de Letras, Clara Paixão auxiliou diversos autores conservadores em Recife e Carpina (PE). Amante da Liberdade, Clara entende que são preceitos básicos: direito irrestrito ao projeto de vida do próximo, direito à propriedade privada e livre mercado.

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