
A Justiça argentina determinou a prisão domiciliar de Cristina Kirchner, condenada por corrupção no “Caso Vialidad”, que envolveu o desvio de mais de US$ 1 bilhão em obras públicas superfaturadas e inacabadas. A ex-presidente, que governou a Argentina entre 2007 e 2015 e foi vice de Alberto Fernández até 2023, perdeu o direito de exercer cargos públicos. “Podem me prender, mas os salários continuam miseráveis”, disse em discurso após a decisão da Suprema Corte.
Cristina foi considerada culpada por favorecer seu aliado Lázaro Báez, que venceu 79% das licitações em Santa Cruz… muitas sequer concluídas. A corrupta argentina acusa a Justiça de perseguição e comparou os juízes a “fantoches”.
A condenação gerou reações no peronismo, que se declarou em “estado de alerta e mobilização”, com sindicatos ameaçando greve e protestos. “Começaram a pedir de todos os lados para me prenderem”, denunciou Cristina, que vê a sentença como retaliação após anunciar que disputaria as eleições legislativas de setembro. Impedida de se candidatar, ela deixa um vácuo político no peronismo, enquanto Javier Milei, direto de Israel, resumiu o episódio em uma única palavra: “Justiça. Fim.”
Kirchner ainda tem quatro dias para se apresentar às autoridades. Por ter 72 anos, poderá cumprir a pena em casa.
A repercussão internacional também foi intensa. Líderes de esquerda como Gustavo Petro, Luis Arce e López Obrador já haviam denunciado “perseguição judicial” contra a ex-presidente. Agora, a queda política definitiva de Cristina Kirchner abre espaço para Axel Kicillof como novo nome do peronismo. Analistas lembram que sua influência já vinha em declínio: “Oito anos atrás, um tuíte da Cristina paralisava o país; isso não acontece mais”, afirmou o cientista político Juan Germano.
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(Com informações do CNN, G1 e La Nación)