
O líder do PMDB na Câmara, vereador Felipe Lucas, afirmou hoje (4) que a prisão do ex-ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, é prematura e não impacta na gestão do prefeito ACM Neto. Geddel foi preso na segunda-feira (3) pela Polícia Federal em Salvador e chegou hoje à Superintendência da PF em Brasília.
O vereador lamentou a prisão preventiva de Geddel por considerá-lo um amigo e defendeu que Geddel foi preso injustamente e que o ex-ministro vai lutar pela sua defesa e provar sua inocência. “Se trata de um processo em que não há condenação. Ele está sendo investigado, existe as acusações. Acho bastante precoce. Não tem como eu fazer juízo de valor, mas eu torço muito, não só por conhecer o Geddel Vieira Lima como pessoa, seu o pai que é, o filho que é, o marido que é, mas sobretudo porque a gente não pode colocar, como diz o ditado popular, ‘o carro na frente dos bois’”, disse.
“O ministro Geddel está no momento super delicado. A gente não tem condições de opinar de maneira aprofundada porque eu não tenho conhecimento do processo, não tive acesso aos autos, mas vale sempre salientar que trata-se de um acusação, ele não foi condenado a absolutamente nada e, se assim acontecer, a justiça vai saber fazer a parte dela. Do contrário, ele terá direito de lutar pela sua defesa e provar o que ele vem defendendo de que é inocente. Minha torcida é para que isso aconteça”, acredita.
Lucas acredita que Geddel vai superar este momento delicado e dar a volta por cima para voltar a ajudar a Bahia. “Torço para que ele consiga provar sua inocência e que no futuro próximo ele possa está em outra posição dando continuidade ao brilhante trabalho que ele vem fazendo na política, sobretudo, voltado para o Estado da Bahia”, declara.
O vereador classificou como “desespero” a tentativa da oposição de associar a proximidade e a relação do prefeito ACM Neto com o ex-ministro Geddel diante da prisão.
“Tudo o que a oposição vem fazendo na minha leitura é sinônimo de desespero. A oposição está vivendo um cenário em que ela não tem que falar bem dela. Automaticmente, busca falar mal do vizinho, falar mal dos outros. Hoje, falar mal da gestão do prefeito ACM Neto é praticmente dar um tiro no pé, é voce falar mal de um governo que já foi testado e aprovado por 74% da população soteropolitana. Considero que é um desespero. Eu brinco dizendo que a gente precisa ser mais maduro e parar de chorar no pé do caboclo”, dispara o pmdbista.
Prisão
A prisão preventiva foi pedida pela Polícia Federal e pelos integrantes da Força-Tarefa da Operação Greenfield, a partir de informações fornecidas em depoimentos do doleiro Lúcio Bolonha Funaro, do empresário Joesley Batista e do diretor jurídico do grupo J&F, Francisco de Assis e Silva, sendo os dois últimos em acordo de colaboração premiada.
O ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima foi preso na segunda-feira (3) pela Polícia Federal em Salvador por tentar, de acordo com a PF, obstruir a investigação de supostas irregularidades na liberação de recursos da Caixa Econômica Federal.
Ao decretar a prisão preventiva do ex-ministro Geddel Vieira Lima, o juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal no Distrito Federal, autorizou a busca e apreensão de aparelhos celulares do investigado e a quebra do sigilo telefônico dos aparelhos apreendidos. O objetivo é buscar elementos para comprovar os contatos de Geddel com a esposa do doleiro Lúcio Funaro, preso na Operação Lava Jato.
Na decisão, o juiz diz que Geddel entrou em contato por diversas vezes com a esposa de Funaro para verificar a disposição do marido preso em firmar acordo de colaboração premiada, o que pode caracterizar um exercício de pressão sobre Funaro e sua família. Conforme o magistrado, não é a primeira vez que Geddel tenta persuadir pessoas ou pressioná-las, lembrando o episódio em que o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero acusou Geddel de atuar para a liberação da construção de um imóvel em Salvador.
A defesa do ex-ministro Geddel Vieira Lima definiu como “absolutamente desnecessário” o decreto de prisão preventiva do político. Em nota à imprensa, o advogado Gamil Föppel disse que há “ausência de relevantes informações” para basear a decisão e definiu como “erro” da Justiça Federal a autorização para a prisão.
Rafael Santana com informações do Estadão Conteúdo