
A rejeição ao governo do ex-presidiário Lula da Silva atingiu índices preocupantes no Nordeste, tradicional reduto petista, acendendo um alerta no Palácio do Planalto. Segundo a pesquisa Genial/Quaest, a aprovação de Lula na região caiu de 67% para 59%, uma perda de quase dez pontos percentuais em pouco tempo.
Essa queda reflete não só o desgaste das promessas não cumpridas, mas também a inoperância de aliados estratégicos como Jerônimo Rodrigues, amplamente criticado por sua gestão desastrosa na Bahia, e as declarações polêmicas de Rui Costa, que têm agravado ainda mais a situação do governo.
Na Bahia, a insatisfação é ainda mais evidente. Após 20 anos de administrações petistas, o estado se afunda em problemas estruturais e econômicos, enquanto Jerônimo Rodrigues é visto como um governador sem liderança e incapaz de trazer soluções. Essa percepção negativa se espalha pelo país, minando ainda mais a imagem de Lula, que depende do Nordeste para manter sua base de apoio.
A situação é tão crítica que aliados próximos já admitem que perder o protagonismo na região pode ser “mortal para as pretensões eleitorais” de 2026.
Além do desgaste político, os números refletem um cenário econômico que não ajuda o governo petista. A desaprovação geral de Lula subiu para 49%, enquanto a avaliação negativa de sua gestão saltou de 31% para 37%. Entre os eleitores de renda baixa, tradicional pilar do lulismo, a queda foi ainda mais acentuada, atingindo sete pontos. Promessas de benefícios para quem ganha até cinco salários mínimos não surtiram o efeito esperado, e o descontentamento segue crescendo.
A percepção de que o Brasil está indo na direção errada também avançou: metade dos brasileiros já compartilha dessa opinião, e 65% consideram que Lula não está cumprindo o que prometeu. As declarações desastrosas de Felipe Nunes, diretor da Quaest, reforçam o tom de crise: “O volume de notícias negativas voltou a se sobressair sobre as positivas”. A situação, segundo Nunes, lembra o momento de março de 2024, marcado por tropeços internacionais e problemas de segurança.
Com a base petista fragilizada e o Nordeste em processo de ruptura com o governo do ex-presidiário, o cenário para Lula se mostra cada vez mais adverso. Para um presidente que deve sua eleição ao apoio majoritário da região, o futuro parece sombrio.