Petista, comunistas e socialistas que integram o fracassado Consórcio Nordeste pretendem criar um Fundo de Investimento Imobiliário, a partir de um convênio com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM com o objetivo de “trazer mais investimentos para a região, diversificando as receitas para proporcionar o desenvolvimento do nordeste.”
Procurador do Estado da Bahia, Ailton Cardozo, explicou em um seminário na capital baiana, que, no país, boa parte do financiamento de obras públicas ocorrem com verbas de tributos ou por financiamentos de longo prazo com o Banco Mundial, por exemplo, e que, em um cenário de crise fiscal, é preciso se apropriar de outras formas de investimento, principalmente, de natureza privada. Ele ressalta que, nas Parcerias Público-Privadas – as chamadas PPPs -, já acontece algo parecido, mas com garantias do tesouro público para viabilizar os projetos.

Diz Bahia Notícias:
Na Bahia, especificamente, já se foi discutido a criação de um fundo de investimento imobiliário em alguns projetos, como na Ponte Salvador-Itaparica e do Centro Histórico. “Já vemos algumas experiências em alguns estados, como o Rio de Janeiro, que fez o projeto Porto Maravilha através de um fundo de mercado de capitais para estruturar as garantias. São Paulo também fez um fundo para securitização de imóveis. A União já está falando sobre isso há algum tempo”, contextualiza.
Ailton Cardozo destaca que há muita liquidez no mundo – ou seja, há “muito dinheiro de quem vai em busca de segurança para um investimento”, e por isso, a criação desses fundos deve ser considerada, ainda mais no contexto de uma crise fiscal. No caso do Consórcio Nordeste, conforme o procurador explica, é mais fácil atrair investimento para a região, por ter várias possibilidades de projeto do que apenas um estado sozinho. “Se eu faço uma plataforma de projeto portfólio, por exemplo, de uma região inteira e faço um road show internacional, por exemplo, os investidores vão ver que existe uma sinergia entre um investimento e outro”, destacou. Isso acontece porque haveria uma carteira de longo prazo de investimentos com segurança. No caso da ponte Salvador-Itaparica, por exemplo, a obra traria uma valorização imobiliária para a ilha, gerando desenvolvimento. Parte dessa valorização se transformaria em atrativos. “Por exemplo, no mundo todo quando você faz metrô, por exemplo, na Inglaterra, todo lugar ele usa a valorização que vai ser trazida com aquele investimento. Precisamos usá-las, pois o tesouro já tem que atender as demandas sociais, que são muito grandes. Então, efetivamente o financiamento, via fundo de investimentos, é um casamento do financiamento público com financiamento privado”, reforça.