
Como integrante da Comissão Temporária Linha Viva da Câmara de Salvador, o vereador Isnard Araújo (PHS) informou que o projeto Linha Vida preve desapropriações e a instalação de um pedágio sem valor ainda definido.
O vereador participou da reunião na manhã de quarta-feira (3), do colegiado com técnicos da prefeitura que analisou o projeto de lei que autoriza o Executivo a promover a concessão de serviço público precedido de obra da rodovia expressa Linha Viva e concede benefícios fiscais do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) relativo às obras e instalações.
Durante a reunião, os técnicos da prefeitura Francisco Moreno, coordenador responsável do projeto, e Gustavo Menezes, diretor de Concessões e Parceria Público Privada, expuseram o projeto ao destacar conceito, dados técnicos, modelo de negócio e traçados alternativos para a construção da via expressa.
“Nós queremos como representantes do povo na Câmara, que é a casa do contraditório, chamar a atenção de todos os bairros onde esta linha, que vai passar seguindo pela Chesf. Nós queremos chamar a atenção da cidade para que discutamos, pois precisamos fazer muitas sessões, chamar a sociedade e os interessados para que nós tenhamos condições fazer com o que o projeto, que é excelente, não prejudique ninguém, que não maltrate, que não destrate, nao fira aqueles que estão na invasão, mas que sejam bem tratados, realocados e atendidos nas suas demandas. Iremos discutir e tratar com toda atenção essa Linha Viva que é necessário. Temos que discutir os prós e os contra para que ninguém saia prejudicado. É uma questão que a cidade precisa”, destaca Isnard.
Saramandaia
Em relação ao traçado alternativo da via expressa, o técnico Francisco Moreno explicou que a construção irá contornar a região do bairro de Saramandaia, mas que não possui dados precisos sobre o número de famílias a serem desapropriadas, apenas a área geográfica.
“Estou propondo a realização de audiências no bairro de Saramandaia, pois será o local que sofrerá um impacto maior com relação às moradias. Nós não podemos aprovar um projeto sem que essas pessoas sejam ouvidas e sem que elas deem opiniões para que o projeto seja realizado. No momento, os técnicos não têm um estudo do impacto que trará a esses moradores”, afirma o vereador Muniz ao final do encontro.
“A apresentação foi razoável na sua essência. A política de tarifação não foi colocada, não existe a viabilidade econômica e em relação às desapropriações não tem um custo estimado”, analisa o vereador José Trindade. Ele acrescentou que “o prefeito tem falado à imprensa que este custo será da iniciativa privada, mas não se tem o tamanho desse custo e para onde irão as pessoas que serão deslocadas”.
O vereador diz que no projeto, cerca de 26% das moradias em Saramandaia serão atingidas com a retirada das casas. “Nós temos a certeza de que não só Saramandaia, mas também Pernambués. A Linha começa na Bonocô, no Acesso Norte e vai até o Outlet Center, cortando a Orlando Gomes, a 29 de Março, vai cortar a CIA – Aeroporto, contornando a Lauro de Freitas, chegando até a Estrada do Côco. Essa via é necessária e imprescindível, mas é preciso que a população seja conscientizada”, lembra o vereador.
Dados técnicos
O projeto da rodovia expressa Linha Viva (PL nº 78/2015) trata da ligação viária alternativa da região do Acesso Norte até a BA-526 (CIA/Aeroporto). Busca desafogar o trânsito da BR-324, a Avenida Luís Viana Filho (Paralela) e seus entornos.
O projeto básico prevê uma rodovia expressa com extensão de 17,7 km de pista dupla com acostamento, com três faixas de tráfego por sentido, 10 conexões com o sistema viário existente (viadutos, alças e rampas), 20 ligações simples (viadutos) e dois túneis.
Rafael Santana com informações da Secom/CMS