
A homenageada da noite no desfile do grupo especial das escolas de samba no Rio de Janeiro, Ivete Sangalo, “levantou poeira” em sua passagem pela Sapucaí. Tá aí a surpresa! Muito aguardada pelo público que lotou a Marquês de Sapucaí nesta noite de domingo, Ivete Sangalo, grande homenageada da Grande Rio, com o enredo “Ivete do rio ao Rio!”, surpreendeu a todos ao participar por completo da apresentação da comissão de frente da escola. Depois de cruzar a Avenida, a cantora voltou para encerrar o desfile na última alegoria, acompanhada de seu marido Daniel Cady e de seu filho Marcelo.
Sem dúvida alguma, as duas passagens da diva baiana foram o ápice do desfile da tricolor de Caxias. Entretanto, a escola apresentou problemas no quesito harmonia. A comunidade de Caxias deixou a desejar no canto e no quesito evolução com buracos formados antes do primeiro módulo de julgador e após o quarto módulo. A agremiação realizou seu desfile em 75 minutos, com andamento bastante acelerado.
Antes de iniciar a apresentação junto com a comissão de frente, Ivete também fez a arrancada no carro de som, assim como na gravação oficial do CD onde faz a abertura do samba.
Comissão de Frente
Mais uma vez Priscilla Mota e Rodrigo Neri gravaram o nome na história das comissões de frente, claro, dessa vez com uma ajuda especial da própria homenageada, Ivete Sangalo. Causando frisson a cada módulo de julgador Ivete arrancou gritos histéricos do público ao se apresentar junto com o grupo.
A coreografia retratava o início da vida da família de Ivete em Juazeiro, até os tempos atuais brilhando nos palcos. Durante a apresentação, que durou cerca de 3 minutos, os integrantes simularam a pesca e a lavagem de roupas no rio São Francisco. Com o auxílio do elemento cenográfico, um casebre e pequenos barcos, formava-se um palco, Ivete “trocava de roupa” e fazia seu grande show, com direito a muito samba no pé.
Mestre-Sala e Porta-Bandeira
O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Daniel Werneck e Verônica Lima, cruzaram a Avenida com a fantasia “Amantes da Ilha do Fogo”, personificando a serpente encantada com sua forma insinuante as labaredas determinaram cada passo da sua dança. A dupla apresentou boa sincronia na execução dos movimentos e não deixou de se olhar durante a apresentação. Vale ressaltar a beleza da indumentária da dupla.
Harmonia
Diferente do ensaio técnico não podemos destacar o quesito harmonia como ponto alto do desfile. A comunidade de Caxias deixou a desejar na força do canto, entoando, a grande maioria, só o trecho do samba que dizia “levanta a poeira Ivete!”. Foi possível notar uma explosão inicial no início do desfile que foi passando conforme a escola ia cruzando a Passarela do Samba.
Destaque negativo para as alas “Pombo correio do meu coração”, “Cores e magia do Olodum”. O destaque positivo ficou com o grupo teatral que desfilou atrás do abre-alas representando romeiros, lavadeiras e beatas, e as alas “Força dos filhos de Gandhi”, “Sanfoneiros de São João” e “Os (en)cantos dessa cidade sou eu!”.
Enredo
A questão plástica nas alegorias dificultou o aspecto de realização do enredo. A proposta de contar a vida da cantora através da lenda da serpente ficou confusa. Os setores do desfile não se complementavam e o quesito ficou delicadamente compreendido.
Evolução
Outro quesito que pode custar pontos para escola. Foi possível notar buracos antes do primeiro módulo de julgadores e após a passagem da última alegoria pelo quarto módulo. Os diretores de harmonia não seguraram a ala que seguia à frente do carro, ocasionando um grande buraco à frente da alegoria onde estava Ivete Sangalo. Muitas alas desfilaram soltas, porém houve excesso de alas coreografadas, mas, apesar de coreografada vale um destaque positivo para a ala “Vai buscar Dalila”, composta apenas por mulheres evoluindo com singela leveza.
Samba
Se dependesse apenas do carro de som e do intérprete Emerson Dias a avaliação para desempenho do samba seria excelente, entretanto, a comunidade não acompanhou o ritmo do intérprete e sua equipe. A única parte do samba entoada com mais vontade era a “levanta poeira Ivete!”.
Fantasias
O conjunto de fantasias elaborado pelo carnavalesco Fábio Ricardo facilitou a leitura e entendimento do enredo, entretanto em algumas alas o tamanho das roupas atrapalhou a evolução dos desfilantes. Destaque positivo para as alas “Chica Chica boom chic” e novamente para a ala “Vai buscar Dalila”.
Alegorias
Desta vez a plástica do carnavalesco Fábio Ricardo estava aquém do que costumamos ver. O capricho notado no abre-alas, “A serpente encantada e Nossa Senhora de Fátima”, não era o mesmo das outras alegorias. A alegoria de número 3 dificultou a leitura do enredo.
Outros destaques
Destaque para a família de Ivete desfilando na segunda alegoria, cantando efusivamente o samba, assim como a ala da velha-guarda que também cantou com vontade a obra.
Fonte: Site Carnavalesco