
O governo Javier Milei deu um passo decisivo nesta quinta-feira ao anunciar o cancelamento de 100 contratos da Defensoria Pública dos Serviços de Comunicação Audiovisual (DPSCA), um órgão que nasceu durante o kirchnerismo com a controversa Lei da Comunicação Social. Segundo a resolução 107, o quadro de funcionários foi reduzido de 144 para apenas 40, pondo fim a uma estrutura que, nas palavras do Ministro da Desregulamentação, Federico Sturzenegger, servia para “disciplinar a imprensa independente” e promover doutrinação ideológica.
Sturzenegger destacou que a DPSCA custou aos argentinos cerca de 70 milhões de dólares desde sua criação em 2009. Ele mencionou que o órgão mantinha um estúdio de TV portátil, usado durante o verão para campanhas que criticavam adversários do kirchnerismo.
“Nem o governo nem o presidente Milei utilizam dinheiro público para intimidar ou comprar testamentos. É o completo oposto do que vimos na era Kirchner”.
Além disso, Sturzenegger aproveitou para debater as críticas ao presidente Javier Milei sobre seu estilo direto e polêmico com jornalistas. Segundo ele, Milei conduz uma relação “aberta e transparente” com a imprensa, sem se esquivar de debates. O ministro comparou o presidente ao herói argentino Domingo Sarmiento, afirmando que Milei “honra o debate de ideias” ao não usar recursos públicos para calar adversários.
A medida também contou com o apoio do presidente da Câmara, Martín Menem, e do deputado Cristian Ritondo, que sugeriram cortes para reduzir custos legislativos. O governo de Milei, em seu primeiro ano, já conseguiu reduzir pela metade o déficit operacional de empresas estatais em relação ao mesmo período de 2023, além de cortar mais de 11 mil cargos públicos.
Com as mudanças, o governo pretende encerrar uma era de estruturas caras e pouco transparentes que marcaram os anos do kirchnerismo.
Segundo Sturzenegger, o objetivo é garantir que o dinheiro público seja usado para beneficiar os cidadãos, e não para financiar estratégias políticas de controle da opinião pública.