Imagine carregar o peso de acusações injustas por 15 longos anos. Imagine ter sua carreira e vida pessoal em jogo por algo que você não fez. Este foi o calvário de Kátia Alves, ex-secretária de Segurança Pública da Bahia e ex-vereadora de Salvador.
Quando o Diário Oficial do Estado publicou o arquivamento do Processo Administrativo Disciplinar (PAD) na sexta-feira, 20/10, foi como se um enorme peso fosse tirado dos ombros de Kátia. “A verdade prevaleceu”, disse.
A saga começou em 2008, quando Kátia foi, injustamente, acusada de envolvimento em um suposto esquema de escutas ilegais. Por mais que as evidências estivessem a seu favor – com a Procuradoria Geral do Estado recomendando o arquivamento do PAD em 2011, e uma absolvição sumária pela 17ª Vara da Justiça Federal no ano seguinte – o trauma permaneceu.
“É impossível calcular o dano psicológico que meus filhos foram submetidos”, confessou Kátia, lembrando dos tempos em que era constantemente acusada.
A espera pelo veredicto final também teve consequências profissionais. Enquanto o PAD pendia sobre ela, Kátia viu suas gratificações serem suspensas e foi impedida de requerer aposentadoria, apesar de seus mais de 40 anos de serviço público.
Mas agora, ao final dessa longa jornada, o que fica é a sensação de justiça. A verdade prevaleceu, e enquanto nenhuma decisão pode realmente corrigir ou compensar todo o sofrimento que Kátia e sua família enfrentaram, pelo menos agora há clareza e a certeza de que a justiça, embora às vezes tardia, é possível.
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