Leo Prates comemora tombamento da Pedra de Xangô

Crédito: Mathias Jaimes/TV Servidor

Um ato solene oficializou na quinta-feira (4), o tombamento da Pedra de Xangô e da área considerada sítio histórico do antigo Quilombo Buraco do Tatu, às margens da Avenida Assis Valente, entre Cajazeiras X e Fazenda Grande II. O projeto que indicou à prefeitura o tombamento é de autoria do presidente da Câmara Municipal de Salvador, vereador Leo Prates (DEM).

Para o presidente da Câmara, “o reconhecimento do valor cultural e histórico da Pedra de Xangô é importante para a garantia da preservação e fortalecimento das tradições e cultos do candomblé, já que a Pedra se tornou uma área tradicional para os praticantes da religião”.

A Pedra de Xangô é o terceiro elemento protegido pela prefeitura com base na Lei de Preservação do Patrimônio Cultural do Município (8.550/2014), também de autoria do vereador Leo Prates. A pedra tem 27 metros de diâmetro e, numa crença que tem fortes vínculos com a natureza, é considerada sagrada pelos praticantes do candomblé e todo ano ocorre uma caminhada em reverência ao local.

“Esta assinatura não será apenas um ato formal, mas ela também renova e fortalece os compromissos da prefeitura nesta área. A Secretaria Cidade Sustentável e Inovação (Secis), inclusive, já tem autorização para estudar a implantação do Parque Pedra de Xangô, que será mais um ponto de visitação de pessoas de todo o mundo interessadas em saber mais sobre a nossa religiosidade, história e demais aspectos que marcam os traços deste povo”, afirma o prefeito ACM Neto em seu discurso.

A presidente da Associação de Terreiros Pássaros das Águas, Mãe Iara de Oxum, agradeceu o apoio a uma luta que já durava oito anos. “Esta é a história de um povo. Obrigada a todos por acreditarem na nossa ancestralidade”, destaca Iara de Oxum.

Preservação 

Executado pela Fundação Gregório de Mattos (FGM), o processo de tombamento segue a definição da Lei nº 8.550/2014, que entende que “o Patrimônio Cultural, para fins de preservação, é constituído pelos bens culturais cuja proteção seja de interesse público, pelo seu reconhecimento social no conjunto das tradições passadas e contemporâneas no município de Salvador”.

Com isso, o mérito etnográfico da Pedra de Xangô foi levado em consideração, devido ao culto realizado ao longo dos anos pelos adeptos do Candomblé, que ali reverenciam e devotam oferendas ao orixá Xangô, Deus do raio e do trovão e considerado representante da justiça. A diretora de Patrimônio e Humanidades da FGM, Milena Luísa Tavares, acentua no parecer que o tombamento se justifica também pelo valor dos remanescentes naturais locais (massa verde e manancial hídrico), que servem de moldura para a Pedra de Xangô.

O rochedo é também símbolo da luta dos escravos pela libertação. Ali se reuniram os negros no século XIX para organização do quilombo conhecido por Orobu ou Buraco do Tatu. Décadas mais tarde, a construção da avenida valorizou comercialmente a região e, a partir da inauguração em 2010, os rumores de destruição da pedra cresceram junto com a especulação imobiliária.

Desde então, a pedra tem sido exposta a atentados de intolerância religiosa, como o acontecido na madrugada do dia 10 de novembro de 2015. Na ocasião, oferendas foram destruídas e foi encontrada uma grande quantidade de sal grosso, além de pichações. A luta pela preservação contou com ações de mobilização, como caminhadas, encontros e estudos sobre a importância do rochedo.

A partir da Lei 8.550/2014, já foram realizados dois tombamentos pela prefeitura. O primeiro ocorreu em janeiro de 2016 e beneficiou o terreiro Hunkpame Savalu Vodun Zo Kwe, no Curuzu, bairro da Liberdade. O segundo tombamento foi realizado em março deste ano no Monumento ao Cristo Nosso Senhor (Cristo Salvador) e entorno, localizado no trecho de orla Barra/Ondina.

Fonte: Secom/CMS

 

Sobre Emmanuel

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