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A vereadora e líder do Partido Social Cristão (PSC) na Câmara Municipal de Salvador, Lorena Brandão, repudiou as declarações do deputado federal Jair Bolsonaro, também do PSC, sobre as comunidades quilombolas. Na sessão ordinária de terça-feira (11), quando populares se manifestaram classificando o deputado de ‘racista’ e pedindo a expulsão dele do partido, Lorena deixou claro que não concordava com as declarações preconceituosas do parlamentar, que, inclusive, está sendo processado pelo Ministério Público Federal (MPF), no Rio de Janeiro, por danos morais.
“Não podemos deixar de nos manifestar, pois estamos em uma cidade onde temos 50,8%, de acordo com o IBGE, dos seus moradores de cor negra e temos mais de 80 mil famílias quilombolas em nosso país. Além disso, Salvador é, hoje, a cidade mais negra fora da África. É lamentável saber destas declarações do deputado”, disse a vereadora Lorena Brandão.
Ela afirmou que o pensamento do deputado não comunga com o do partido, que visa a valorização da vida, a solidariedade, a comunhão e a família. “Não podemos e não vamos concordar com as declarações do deputado Jair Bolsonaro. Esse pensamento sobre negros e comunidades quilombolas é exclusivo e pessoal do deputado e não vai de encontro aos princípios do PSC, que é um partido que busca a valorização humana”, reforça.
Em nota, o PSC afirmou ser “um partido cristão, baseado em sólidos valores éticos e morais”. De acordo com o artigo 2º do estatuto do partido, o cristianismo “não segrega, não exclui, nem discrimina, mas aceita a todos independentemente de credo, raça, cor e ideologia, sexo, condição social, política, econômica e financeira”.
Lorena Brandão observa ainda que o Brasil, país de tanta diversidade, “não pode continuar sofrendo com insultos preconceituosos em pleno ano de 2017. Os negros em nossa Federação representam mais de 54% da população”.
Na sessão diversos vereadores de diferentes partidos repudiaram também as declarações racistas de Bolsonaro e defenderam que fosse expulso pelo partido.
