
O projeto da ponte Salvador-Itaparica, uma das promessas mais antigas do PT na Bahia, segue envolvido em polêmicas, atrasos e aumentos de custo. Inicialmente orçada em R$ 6 bilhões, a obra teve seu valor elevado para R$ 9 bilhões após uma negociação entre o governo de Jerônimo Rodrigues (PT) e o consórcio chinês responsável pela construção, formado pelas empresas CR20 e CCCC.
O reajuste foi justificado pelo impacto da pandemia de covid-19, que aumentou os custos dos insumos.
Prometida em 2009 pelo então governador Jaques Wagner (PT), a ponte deveria ter sido entregue em 2013. Mais de uma década depois, apenas estudos preliminares e projetos foram realizados, consumindo milhões dos cofres públicos sem que as obras tenham avançado de fato.
Estima-se que cerca de R$ 100 milhões já tenham sido gastos com estudos técnicos, licitações, campanhas publicitárias e contratos iniciais desde o anúncio do projeto.
Mesmo com o novo acordo em andamento, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) ainda precisa aprová-lo, o que dificilmente ocorrerá antes de fevereiro de 2024, devido ao recesso do órgão.
Isso significa que o início efetivo da construção não acontecerá antes do segundo semestre do próximo ano, deixando claro que Jerônimo Rodrigues não conseguirá entregar a ponte antes do término do seu mandato.
Com os atrasos acumulados e a falta de avanços concretos, a obra deve ser mais uma vez incluída como promessa de campanha do PT nas eleições estaduais de 2026. Críticos apontam que o governo petista usa o projeto como uma bandeira política, mas não apresenta resultados práticos para os baianos, reforçando a insatisfação com a lentidão e os custos crescentes.
Enquanto isso, a ponte Salvador-Itaparica, que seria a segunda maior do Brasil com 12,4 km de extensão, segue como um sonho distante para a população, que aguarda há mais de uma década pela realização de um projeto que promete transformar a mobilidade e a economia da região.