Marta Rodrigues classifica como “bárbaro” crime contra jornalista e pede punição ao assassino

O assassinato da jovem jornalista, Daniela Bispo, de 38 anos, morta pelo seu companheiro, ocorrido nesta semana, no quinto andar do Edifício Catabas Empresarial em uma empresa de Call Center na Avenida Tancredo Neves onde trabalhava motivou discurso de repúdio da vereadora Marta Rodrigues (PT) na tribuna, durante sessão de terça-feira (14), no plenário da Câmara.

A vereadora classificou o crime de feminicídio como “bárbaro” e lamentou que algumas mulheres sejam ainda vítimas deste tipo de violência. “Mais um crime contra uma mulher, a jornalista Daniela Bispo, em um local da cidade muito movimentado na Avenida Tancredo Neves. O momento que nós estamos vivendo no país é do ódio e da raiva. No feminicídio, se mata pelo fato de ser mulher. Isso é um baixismo que cada vez mais está arraigado. É o patriarcado. É esse modelo que não cabe mais nós convivermos em pleno século 21 em situações como essa. Ela foi encontrada morta na escada, no quinto andar do prédio e com marcas de violência na cabeça. O acusado já está na Delegacia de Homicídio, e como nós vamos enfrentar esse debate? Precisamos nessa Casa conclamar as oito vereadoras mulheres para que a gente faça o debate, porque hoje foi a jornalista, amanhã ou hoje ainda ou depois nós não sabemos. Enquanto nós estamos aqui, a cada oito minutos, uma mulher é assassinada por feminicídio. E agora, um absurdo que é mais grave: o Brasil assinou junto com a ONU uma decisão para informar os crimes de feminicídio no Brasil, porque a Organização das Nações Unidas tem esses dados e monitora o mundo inteiro, e aí, a gente vai saber qual é a região que está tendo mais esse tipo de crime contra as mulheres. O Brasil não enviou. A ONU já enviou uma notificação para que o Brasil forneça esses dados. Assim como Daniela, tantas outras já foram mortas não só em Salvador, como na Bahia, no Brasil e no mundo. Isso é muito triste, que vitimou mais uma mulher que estava no seu trabalho e ser assassinada desta forma”, lamenta Marta.

Marta solicitou intervenção da Secretaria de Segurança Pública na apuração, investigação e punição ao autor do assassinato para que o crime não fique impune. “A Secretaria de Segurança Pública tem feito um trabalho de identificação. Não é só prender e depois um bom advogado tirar. Tem que punir, porque a impunidade também acaba gerando essa insegurança para as pessoas. O governo tem feito a sua parte, as delegacias também e nós pedimos e vamos reiterar junto ao secretário como nós pedimos pra eles sobre o jovem que foi assassinado na Federação. Nós assinamos uma portaria com ele na quinta-feira à tarde e Felipe foi assassinado na mesma quinta-feira à noite. Nós pedimos ao secretário e ele está empenhado e mantido a gente informado, pedindo o sigilo necessário, porque não pode estar divulgando para não prejudicar a investigação. Eu tenho certeza de que isso vai ser feito pra gente também está dialogando, tanto o Estado quanto o município com as duas secretarias do governo do Estado de Políticas para Mulheres porque políticas públicas para mulheres são transversais e nós precisamos tranversalizar com a segurança, com a saúde, com o trabalho e a renda e com o esporte. Nós vamos acompanhar e pedir a punição do criminoso que já está na Delegacia de Homicídio”, garante Marta.

Ao lembrar o fato, a vereadora destacou a manifestação e posição dos sindicatos dos Jornalistas e dos Trabalhadores em Telecomunicações  (Sinttel) por meio de nota de repúdio pelo ocorrido. “O sindicato dos jornalistas já se pronunciou, prestando uma nota em solidariedade a família e pedindo a investigação do crime para que apresente o criminoso e a motivação. Ela [Daniela] era filiada ao sindicato. Do Sinttel, eu ainda não recebi, porque ela trabalhava em uma empresa de Call Center que está na base do Sinttel, mas com certeza, pela combatividade do sindicato, já deve ter feito também uma nota e também deve estar acompanhando junto a Delegacia de Homicídio. Vamos acompanhar de perto esse caso, porque não dar mais pra gente em um momento desse ver as mulheres pelo fato de ser mulher serem assassinadas. Vamos acompanhar de perto e usando a tribuna para estar reiteradas vezes, cobrando a investigação e punição”, garante.

Rafael Santana

Sobre Emmanuel

Como me defino? Pernambucano, católico e ANCAP. Sem mais delongas... " Totus Tuus Mariae". "... São os jovens deste século, que na aurora do novo milénio, vivem ainda os tormentos derivados do pecado, do ódio, da violência, do terrorismo e da guerra..." Um adendo: somos dois pernambucanos contra um "não-pernambucano". Rs

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