
Uma discussão com o tema “Autonomia Econômica das Mulheres” pautou a edição de outubro do projeto Mulheres em Debate, realizado no final da tarde de quinta-feira (5), no foyer do Centro de Cultura da Câmara. A atividade organizada pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher foi dirigida pela vereadora Marta Rodrigues (PT).
Convidadas para estimular a discussão, a diretora do Sindicato dos Trabalhadores Domésticos (Sindoméstico), Cleusa Maria de Jesus Santos; e a economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Ana Margaret Simões, explanaram sobre a posição do gênero feminino no mercado de trabalho.
Cleusa Maria falou das dificuldades enfrentadas pelas mulheres, principalmente negras, para conciliar atividades domésticas e no mercado de trabalho. “Estas mulheres além de trabalhar em casa, elas têm uma dupla jornada. Trabalham na rua e quando chegam em casa trabalham também. E às vezes o companheiro ou a companheira não divide o trabalho”, aponta. Na oportunidade, a sindicalista enalteceu a Lei Complementar nº 150/15, mais conhecida como PEC das Domésticas, que deu a maior visibilidade à categoria em 80 anos. “Depois da PEC 150, de 1º de outubro de 2015, que a gente veio ter igualdade de direitos, entre aspas, mas pelo menos melhoramos na carga horária de 44 horas semanais, seguro desemprego e FGTS”, enumera.
Expansão da autonomia
De acordo com a economista Ana Margaret, as mulheres ainda enfrentam obstáculos culturais para inserção no mercado de trabalho. Conforme levantamento do Dieese, o setor que mais absorve as mulheres é o de serviços, que compreende ocupações nas áreas doméstica, de administração pública, saúde, educação e assistência social, por serem mais reservadas à organização.
“Esta palavra autonomia representa uma série de coisas. Não só que essa mulher tenha provisão financeira para se manter, para fazer suas escolhas, mas também que esta mulher tenha outros títulos de situações que façam dela realmente autônoma, dona de si, de suas decisões e de suas atitudes”, opina a economista.
A vereadora Marta Rodrigues chamou a atenção para a importância do debate e afirmou que o objetivo é associar a autonomia econômica ao empoderamento feminino. “Este debate nos remete também que a mulher tem autonomia sobre seu próprio corpo, de decidir o melhor para si, e este debate perpassa por muitos outros”, afirma, ao exemplificar com o trabalho desenvolvido por mulheres em associações de moradores, na busca por melhorias em prol do coletivo.
Fonte: Secom/CMS