
A greve geral de sexta-feira (28) em abril contra as reformas da Previdência e trabalhista dividiu opiniões entre os vereadores. Com mais de 35 milhões de trabalhadores que decidiram pela paralisação, a maior greve dos últimos 28 anos no país foi o assunto comentado pela vice-líder do PT na Camara, vereadora Marta Rodrigues. E, apesar dos vereadores de oposição declararem apoio às paralisações, os parlamentares da base do governo criticavam os protestos.
Conforme Marta, as manifestações foram justas e considerou que foi uma “greve vitoriosa”.
“A greve geral foi algo vitorioso pra gente. Paramos o Iguatemi nas duas pistas e também conseguimos no dia primeiro de maio na Barra colocar também um bom número, mesmo no feriado. O que eu considero importante é que a população, a cada dia mais tem aumentado e identificado a perda de direitos desta forma como está. Portanto, essa mobilização tem que continuar. Acho que se tiver mais mobilizações com foco em Brasília, alertando a população a perda que vai ter, a gente consegue avanços e vitórias, porque tudo o que foi conquistado até agora para a classe trabalhadora foi fruto de muita luta, e não é essa agora que a gente vai nos arrefecer, pelo contrário, nós estamos mobilizados, vamos pras ruas, vamos para a porta das fábricas, onde quer que seja, mas nenhum direito a menos vai ser retirado dos trabalhadores. Foi uma unidade de todas as centrais sindicais atuantes que no dia a dia constroem essa luta juntamente com os seus sindicatos filiados em mais ou menos 1 mês, mobilizando, divulgando para a sociedade tanto nas categorias quanto nos bairros populares, conversando com a população a importância da greve geral, porque o que está em jogo é o desmonte dos direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras”, destaca Marta.
A vereadora critica a terceirização irrestrita que já foi aprovada na Câmara Federal, a reforma trabalhista e chama atenção sobre os projetos de reforma da Previdência e a trabalhista que tramitam no Senado. “Isso são direitos duramente conquistados pela população. Desde 1943 que a gente tem essa luta desde a época de Getúlio e a CLT já foi completamente atualizada ao longo desses anos. Não ficou uma lei que não teve atualização, teve sim atualizações. Não é dessa forma que se retira direitos dos trabalhadores sem chamar para conversar, sem ouvir e sem incorporar, porque o que está na reforma trabalhista são coisas absurdas, a exemplo do horário do descanso, banco de horas, a questão da conribuição sindical. Isso é um debate que a própria CUT já vinha fazendo, e a contribuição não é só para os sindicatos, mas vai também para confederações, federações. Então, tem toda uma distribuição. Portanto, a forma como está sendo conduzida é uma forma equivocada de se retirar direitos do trabalhador que, duramente, ao longo desses anos, vem buscando aprimorar e melhorar, mas desta forma é um absurdo”, critica Marta.
Diante do desafio da base do governo Temer em conseguir os 308 votos para aprovar a reforma da Previdência que sofre pressão das centrais sindicais e dos movimentos sociais, a vereadora considea que os deputados que vão votar terão que repensar suas posições, porque ano que vem é ano de eleição e a população está acompanhando. “Quem não pode acompanhar via TV Camara, acompanha com as informações que chegam às casas das pessoas, nos pontos de ônibus, nos terminais, nas feiras etc. Nós temos que intensificar. Temos que aumentar esse tom”, motiva Marta
Do outro lado das pressões sobre a reforma da Previdência há também a CPI da Previdência instalada no Senado, em que a petista diz que é necessário uma investigação.
“O senador Paulo Paim conseguiu aprovar uma CPI para fazer um estudo do que há mesmo de real sobre a Previdência, se há déficit, se está falida etc. Essa CPI vai identificar sem tem déficit mesmo ou não. Isso pra gente é importante porque a partir daí, a gente faz o debate e muita gente que tem estudado isso mostra que não há déficit, pelo contrario. Agora, é necessário abrir para que todo mundo conheça, porque quando as pessoas não conhecem é facil manipular, e dai, se constroi um discurso e uma narrativa, e as pessooas que não estão vendo os números e que não estão no dia a dia acabam acreditando. Esse é o nosso papel de trazer essa desconstrução em estar trazendo os números reais que vai impactar na vida da mulher, do homem, na vida do trabalhador rural. A proposta da bancada ruralista, é pior ainda, é voltar a escravidão, é trocar por dormida e por comida a hora trabalhada. Depois de tanto tempo de luta, vamos voltar ao tempo da senzala? Isso não pode mais existir e nem podemos mais conviver com bancadas como essa, retrógradas e reacionárias que não avançam em nada”, contesta.
Rafael Santana