A vereadora Marta Rodrigues (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Democracia Makota Valdina, pediu urgência na apuração e na punição, conforme a lei, dos responsáveis pela morte do garoto Ryan Andrews, 9 anos, durante ação da Polícia Militar na noite de sexta-feira (26), no Vale das Pedrinhas.
“A morte da juventude negra nas periferias pela força policial ocorre todos os dias, mostrando como o sistema é opressor dentro dessas localidades e de como precisamos urgentemente mudar os rumos da política de segurança pública. A população negra convive, nesse momento de pandemia, uma situação ainda pior, pois está entre a linha do tiro e da doença”, destaca a vereadora.
Segundo a parlamentar, o garoto brincava na varanda quando foi alvejado na Rua Teodoro Sampaio. No seu entendimento, está nítido o uso abusivo da força policial para desfazer uma aglomeração, conforme informou a Polícia Militar sobre o ocorrido.
“Que tipo de ação é essa que devia ser para conscientizar e impedir aglomerações para coibir mortes pela Covid-19, que acaba em morte de mais uma criança negra por tiro? Uso excessivo da força, abuso de poder e discriminação. Sabemos que o mesmo não aconteceria em nenhum bairro classe média ou alta desta cidade”, questionou.
Para Marta, não cabe mais assistir todos os dias a tragédias como essas e os casos se tornando mais um em uma extensa lista da Corregedoria da PM. “A política de segurança pública precisa ser revista, porque a força policial deve proteger, e não matar”, declarou.
Marta lembra, ainda, o alto número de jovens e crianças negras mortas em ações da Polícia Militar em todo o Brasil. “Não dá para esperar que mais crianças morram para que se faça uma reestruturação humanitária na Polícia Militar. Esta semana foi Ryan, mas tivemos Joel no Nordeste de Amaralina, a menina Ágata no Rio de Janeiro, dentre tantos outros casos de tragédia que mostra como a instituição tem sua estrutura de formação no racismo e no genocídio da população negra”, disse.