O caso de um suposto ‘nepotismo’ envolve o vereador Maurício Trindade e o prefeito de Camacari, Antônio Elinaldo, ambos do partido Democratas. O fato é que o vereador, que mantém fortes relações com o prefeito, nomeou e empregou três irmãos e o cunhado do gestor para o seu gabinete, mas o parlamentar se defende ao dizer que não há problema, ilegalidade ou irregularidade na contratação.
O ato caracteriza-se possivelmente como uma espécie de ‘nepotismo cruzado’, ou seja, “o favorecimento de parentes ou amigos próximos em detrimento de pessoas mais qualificadas, geralmente no que diz respeito à nomeação ou elevação de cargos”, o que foi negado por Trindade ao defender que não vê problema ou ilegalidade nas contratações, uma vez que o vereador tem o poder discricionário de incluir quaisquer pessoas em seu gabinete.
Dos contratados desde o início do ano, todos são ligados ao prefeito Elinaldo. Entre os familiares do gestor de Camaçari, estão Cristiano Araújo da Silva, Estiene Ostenis de Araújo da Silva e Linaldo Araújo da Silva, os três irmãos de Elinaldo, além do cunhado do prefeito de Camaçari, Ivan Pedro Moreira de Souza. “Cada um contrata quem quer. Nenhum é meu parente. Estão trabalhando comigo em Salvador. É a maneira que eu achei de pegar um grupo politicamente forte, que além de trabalhar, tem experiência que está comprovada, porque foram vitoriosos em Camaçari, assim como nós temos vários secretários. É o jogo político e eu achei que foi uma grande aquisição e não tem absolutamente nada ilegal”, disse Trindade.
O que chama mais atenção, conforme informações, é que dos familiares, Cristiano Araújo da Silva e Ivan Pedro Moreira de Souza foram apontados como réus e tiveram prisão decretada por realizarem movimentações bancárias, de acordo com o judiciário, em nome de Elinaldo.
Mesmo assim, Trindade reforça que não vê ilegalidade ou irregularidade ao empregar os parentes do prefeito de Camaçari, mas vai analisar juntamente com a sua assessoria juridica se há ilegalidade ou irregularidade na contratação de parentes de uma mesma família. “Não tem absolutamente nada de imoral e nem de ilegal. Eu contrato quem eu quiser, que eu acho que vai fazer um grande trabalho em Salvador, como estão fazendo. Eles têm uma grande experiência política e estão trabalhando nas áreas que o nosso prefeito faz obras em Salvador. São eles que fazem os relacionamentos políticos e acredito nesse grupo político que eu trouxe para trabalhar em Salvador”, defende o vereador.
O vereador diz que essa “picuinha” sobre a contratação está sendo alimentada pela oposição ao prefeito e ao partido Democratas em Camaçari. “Deve ser as pessoas que estão com dor de cotovelo que não puderam fazer a aquisição de um grupo forte para trabalhar com eles que devem estar zangados, reclamando. São pessoas em Camaçari que querem atingir o prefeito de Camaçari e, tentando atingir o prefeito, e procuraram a mim que faço parte do grupo de relacionamento do prefeito. O prefeito está dentro da legalidade, não empregou absolutamente ninguém”, salienta Trindade.
Rafael Santana