
A filha de Maradona, Jana, não aguentou a barra e saiu da sala do tribunal antes da exibição das imagens da autópsia do pai. Fez certo. O que veio a seguir foi de revirar o estômago. O médico legista Carlos Cassinelli, um dos maiores especialistas da Argentina, revelou que Maradona teve uma morte lenta e dolorosa, com o coração pesando o dobro do normal e quase cinco litros de líquido espalhados pelo corpo. “Não foi uma morte repentina”, afirmou Cassinelli. “Foi algo previsível.”
As imagens da autópsia, exibidas aos juízes, mostraram um cérebro congestionado de água e pulmões cheios, com meio litro em cada lado. Cassinelli deixou claro que o craque não tinha condição nenhuma de ficar em casa sem monitoramento constante. “Deveria ser observado a cada quatro horas”, disse.
No dia da morte, Maradona passou horas sem qualquer tipo de acompanhamento. Resultado: sofreu pelo menos 12 horas de agonia até o fim.
A negligência foi tamanha que até os médicos da família, segundo o próprio perito, sabiam do risco. O diagnóstico final da equipe: “Edema pulmonar agudo por insuficiência cardíaca congestiva exacerbada e cardiomiopatia dilatada”. Em outras palavras, o coração de Maradona implorava por socorro enquanto ele era largado em casa.
Maradona, que sempre foi símbolo de resistência e paixão popular, terminou vítima de um abandono travestido de cuidado.