
Em artigo publicado no jornal O Globo desta segunda-feira (18), o presidente da República, Michel Temer, afirmou que vai apresentar notícias positivas sobre o Brasil no plenário da Organização das Nações Unidas (ONU). O presidente representará o País no debate geral da 72ª Sessão da Assembleia Geral da ONU, que começa nesta terça (19), em Nova York. “Levaremos ao plenário da ONU boas notícias: os primeiros dados disponíveis para o último ano indicam queda de mais de 20% do desmatamento na Amazônia”, escreveu. Segundo Temer, o Brasil vai reforçar o compromisso com o desenvolvimento sustentável, com o Acordo de Paris e com a preservação do meio ambiente, temas nos quais o País já tem grande reconhecimento devido à matriz energética limpa e à enorme diversidade natural.
Além disso, o presidente garantiu que levará ao debate valores fundamentais da sociedade brasileira, como a democracia e os direitos humanos: “Na ONU, nossa palavra será inequívoca: em todos os lugares, há que garantir que cada indivíduo possa viver com dignidade, segundo suas convicções e suas escolhas, sem discriminação e opressão”.
Durante o evento, Temer vai assinar o Tratado sobre a Proibição de Armas Nucleares, mostrando o empenho do Brasil na busca pela paz. “É um documento histórico, que visa a banir as únicas armas de destruição em massa ainda não proscritas no direito internacional”, explica. “Reforçaremos ainda mais, em matéria de desarmamento e não proliferação nuclear, a autoridade do Brasil, que, voluntariamente, introduziu a vedação de armas nucleares em sua própria Constituição”.
Tradição / Desde 1940, o Brasil é o primeiro País a se pronunciar nos debates gerais da Assembleia Geral da ONU. O evento reúne os chefes dos 193 Estados-membros da Organização das Nações Unidas e pode ser acompanhado ao vivo pela TV ONU. Na Assembleia Geral, cada país expõe sua visão de mundo, seu diagnóstico sobre os desafios globais, suas propostas para enfrentá-los. “No caso do Brasil, o momento reveste-se de importância singular: por tradição, nosso País tem o privilégio, a cada ano, de ser o primeiro a discursar perante as Nações Unidas”, lembrou o presidente.
Confira a íntegra do artigo / O Globo – Paz, desenvolvimento e democracia Michel Temer
Levaremos ao plenário da ONU boas notícias: os primeiros dados disponíveis para o último ano indicam queda de mais de 20% do desmatamento na Amazônia
Levaremos boas notícias ao plenário da ONU. Amanhã, terei novamente a honra de representar o Brasil na abertura da Assembleia Geral da ONU, em Nova York. Ali, cada país expõe sua visão de mundo, seu diagnóstico sobre os desafios globais, suas propostas para enfrentá-los. No caso do Brasil, o momento reveste-se de importância singular: por tradição, nosso País tem o privilégio, a cada ano, de ser o primeiro a discursar perante as Nações Unidas.
Levaremos à ONU aquelas que são opções fundamentais da sociedade brasileira — a paz, o desenvolvimento, e a democracia e os direitos humanos.
Foi a busca por uma paz duradoura que motivou o Brasil a assumir papel destacado nas negociações do Tratado sobre a Proibição de Armas Nucleares, que assinarei em Nova York. É documento histórico, que visa a banir as únicas armas de destruição em massa ainda não proscritas no direito internacional. Reforçaremos ainda mais, em matéria de desarmamento e não proliferação nuclear, a autoridade do Brasil, que, voluntariamente, introduziu a vedação de armas nucleares em sua própria Constituição. Os recentes testes na Península Coreana não nos deixam esquecer que o tema guarda preocupante atualidade.
Reiteraremos também, em Nova York, o imperativo do desenvolvimento sustentável, em suas três dimensões: econômica, social e ambiental. Reafirmaremos nossa convicção de que um sistema de comércio internacional aberto e baseado em regras é decisivo para o crescimento, para a criação de empregos, para a geração de renda. Renovaremos nosso compromisso com o Acordo de Paris sobre mudança do clima e com a preservação do meio ambiente — tema em que o Brasil, com a maior cobertura de florestas tropicais e uma das matrizes energéticas mais limpas do planeta, é ator de reconhecido protagonismo. E levaremos ao plenário da ONU boas notícias: os primeiros dados disponíveis para o último ano indicam queda de mais de 20% do desmatamento na Amazônia.
Será igualmente firme a defesa que faremos do primado da democracia. E, mais do que nunca, é preciso clareza quanto ao fato de que não há democracia sem respeito aos direitos humanos. A prevalência dos direitos humanos é princípio constitucional da política externa brasileira. Na ONU, nossa palavra será inequívoca: em todos os lugares, há que garantir que cada indivíduo possa viver com dignidade, segundo suas convicções e suas escolhas, sem discriminação e opressão. De volta ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, o Brasil aporta a contribuição de um país cuja adesão às liberdades democráticas é inegociável, de um país que se construiu, e ainda se constrói, no pluralismo e na tolerância.
As Nações Unidas apresentam-se como espaço único para que sigamos promovendo essas que são nossas opções fundamentais. Espaço tanto mais necessário neste tempo de incertezas, em que ganham terreno soluções simplistas e tendências isolacionistas. Daí o interesse do Brasil em fortalecer a Organização, em trabalhar para torná-la mais legítima e eficaz. Daí a mensagem de renovado engajamento com a ONU que transmitirei a chefes de Estado e de governo de todo o mundo.