
O novo presidente da CBF, Samir Xaud, eleito neste domingo (25), chegou prometendo mexer no que há anos incomoda torcedores e clubes: o calendário do futebol brasileiro. Em seu primeiro discurso, garantiu que vai limitar os campeonatos estaduais a, no máximo, 11 datas, uma mudança que pode sacudir as federações que tratam os estaduais como intocáveis.
Xaud prometeu também mais espaço para os clubes nas decisões sobre arbitragem, incluindo dois representantes indicados por eles como observadores permanentes da comissão responsável. O recado é claro: os cartolas dos clubes terão mais voz naquilo que mais causa polêmica nos últimos anos.
Outro ponto que chamou atenção foi o elogio ao baiano Ednaldo Rodrigues, que deixou a presidência no dia 15. Xaud disse que as “conquistas da gestão de Ednaldo são patrimônio do futebol brasileiro” e devem ser preservadas, em tom diplomático. Mas nos bastidores, a queda de Ednaldo é vista como um alívio para setores que cobravam renovação e mais ação da CBF, especialmente em relação à Seleção Brasileira, que não vence uma Copa há mais de 20 anos.
Além de Samir, também foram eleitos oito vice-presidentes, incluindo nomes de peso como Michelle Ramalho, Rubens Angelloti e Fernando Sarney. Um deles, Ednailson Rozena, representante do Amazonas, já avisou que a prioridade da nova gestão será “focar na Seleção Brasileira”, criticando diretamente o VAR e a arbitragem brasileira.
A eleição de Samir é vista como uma tentativa de reorganizar a casa em meio a pressões por mais transparência, resultados em campo e, claro, mais protagonismo para a Seleção.
O Brasil não vence uma Copa do Mundo desde 2002, a Seleção ocupa hoje a 5ª posição no ranking da FIFA e a CBF arrecadou mais de R$ 1 bilhão em 2023, mas segue sem dar retorno esportivo proporcional. Enquanto isso, os estaduais inchados e a arbitragem confusa seguem atrapalhando a performance dos clubes e alimentando a crise de imagem da entidade.