Após alcançar os 9.797 votos que o consagrou a reeleição na Câmara de Salvador e garantir uma das 43 cadeiras a mais um mandato no legislativo municipal, o vereador Luiz Carlos Suíca (PT) avalia que o PT cometeu equívocos nas últimas eleições municipais ao não lançar um candidato próprio.
Suíca considera que o apoio a Alice Portugal (PCdoB) não foi um erro, mas o petista disse que as chances do partido teriam sido outras se tivesse encabeçado uma chapa. “Alice não teve culpa de nada, a base não auxiliou ela, essa é a verdade. Ela fazia a política sozinha, praticamente, e está mergulhada em dívidas. Reunia poucos políticos para os atos públicos. Os deputados da base podem até ter votado em Alice, mas não trabalharam para ela”, critica.
“Em minha opinião, o PT tinha tudo para lançar uma candidatura, mas como de costume a ‘ditadura branca’ contaminou as hostes petistas. Não lançaram ninguém e não trabalharam, depois culparam Alice por não ter debatido a cidade”, continua.
Mesmo o PT tendo acumulado graves problemas em nível nacional, Suíca garante que vai continuar no partido, mas defende que é preciso haver uma renovação e uma mudança de postura por parte das lideranças.
Neste sentido, ele cobrou que o governador Rui Costa (PT) mantenha mais diálogo com os aliados e até mesmo com os vereadores “que o fizeram chegar onde está hoje”.
“Assim poderíamos discutir políticas públicas e traçar estratégias para a cidade de Salvador ou para a Bahia. Ele não dialoga, o que acho estranho, mas seguimos trabalhando. Não sei qual é o problema, mas acredito que seja difícil se manter politicamente em um grupo que não dialoga, que usa da força para massacrar os menos favorecidos”.
O vereador petista avalia ainda que outro erro do partido foi achar que “permaneceria para sempre no poder”, além de não ter tratado com severidade os casos de corrupção.
“Não existe espaço para corruptos, o partido tem de expulsar todos que estão envolvidos, quando condenados. Porque também tem isso, não tem como se basear em convicções, mas sim em provas. E afetou sim a campanha, mas trabalhamos o partido, o legado da luta dos trabalhadores por um país melhor, que foi comandado por Lula, e isso as pessoas não podem esquecer”, pontua.
O petista disse ainda que a reforma política é o primeiro passo para reduzir a corrupção. “Acredito que um ponto importante é limitar o número de mandatos parlamentares por pessoa. Sinto muito, mas não tem como o sujeito fazer carreira e ficar oito, nove e dez mandatos no mesmo cargo sem evoluir, só ali sugando do povo valores para manter uma base, um curral eleitoral. O sistema político precisa ser revisto”, defende.
Assunto à parte, Suíca é julgado por apoiadores e militantes de tender para o lado do prefeito ACM Neto (DEM). As críticas sempre são seguidas por questionamentos que colocam em xeque a sua orientação ideológica, mas o petista garante que se mantém firme na esquerda.
“O que é esquerda e o que é direita nessa conjuntura do país? Defender os movimentos sociais, não se afastar das bases, defender a população LGBT, respeitar a diversidade e lutar por melhores dias para os trabalhadores, se for isso eu continuo sendo esquerdista”, declara. “Se sou um parlamentar do PT, e não me furto a dialogar com nenhum cargo do Executivo, mesmo não fazendo parte da base, para resolver problemas dos trabalhadores, isso é considerado de direita?”, reforça.
Mesmo com as críticas, o petista disse que vai manter o diálogo e continuar sendo diplomático na próxima legislatura, mesmo com a redução da bancada do PT e da oposição.
“O que vale na verdade é a qualidade dos membros da oposição, temos pessoas qualificadas e acredito que vamos atuar para defender os interesses da cidade, independentemente de partido e de situação política”, argumenta.
Suíca sustenta ainda que a reforma política é o primeiro passo para reduzir a corrupção. “Acredito que um ponto importante é limitar o número de mandatos parlamentares por pessoa. Sinto muito, mas não tem como o sujeito fazer carreira e ficar oito, nove e dez mandatos no mesmo cargo sem evoluir, só ali sugando do povo valores para manter uma base, um curral eleitoral. O sistema político precisa ser revisto”, defende.
Foto: ASCOM/Reprodução Site Jornal Grande Bahia