
Em diversas aulas do Curso Online de Filosofia (COF), o filósofo e professor Olavo de Carvalho reforçava que no Brasil, além da “classe intelectual em exercício”, existe uma opinião pública limitada a um “certo grupo de pessoas que possuem algum conhecimento histórico, literário e científico, capazes de avaliar e julgar os trabalhos de novos escritores, filósofos e artistas”.
No entanto, “essa classe letrada deixou de existir há pelo menos 40 anos, e desapareceu completamente”.
Agora não há mais um público letrado ao qual se possa direcionar. “Na verdade, essa classe letrada superior não existe mais. O que temos atualmente é um grupo ativista e militante que, por meio da chamada ´revolução cultural gramsciana´, ocupou espaços em universidades e instituições culturais, desempenhando o papel de classe letrada perante o público em geral. No entanto, esse grupo não possui realmente cultura e conhecimento, são apenas ignorantes se passando por intelectuais.”
Esse cenário criou uma situação peculiar no Brasil. As opiniões desse grupo de ignorantes são vistas pela população como a própria cultura e expressão da elite intelectual. No entanto, essa cultura superior não existe mais. “Não estou exagerando ou insultando, é apenas uma descrição objetiva do estado atual das coisas”, disse, na época, Olavo de Carvalho.
“Uma consequência disso é a paralisia cultural que vivemos”. Essa situação é catastrófica e impede o desenvolvimento intelectual e cultural do país em todos os segmentos.
Quando essas pessoas, “como os professores universitários, se apresentam como porta-vozes da cultura superior no Brasil, estão enganando a população. Na verdade, eles não possuem nenhuma cultura ou conhecimento. Isso pode ser demonstrado de forma científica.” Ao comparar os livros utilizados no ensino secundário nos Estados Unidos com os utilizados nas universidades brasileiras, percebe-se que os estudantes americanos possuem mais cultura do que os próprios professores universitários brasileiros.
Um exemplo dessa miséria mental pode ser visto na produção intelectual de alguns desses “intelectuais”. Ao analisar os artigos acadêmicos de um professor universitário brasileiro, constata-se erros gramaticais primários e uma falta de compreensão das línguas em que escrevem. “É impressionante a exibição de miséria mental dessas pessoas. No entanto, elas se apresentam como se fossem detentoras de uma autoridade intelectual que na verdade não possuem.”
“É importante que todos tenham consciência da miséria cultural, moral e humana em que vivemos. Devemos nos libertar desse cenário e buscar o domínio intelectual da situação. Não devemos permitir que essa falta de cultura e conhecimento nos contamine ou nos desencoraje. Devemos resistir e preservar nossa personalidade moral e intelectual. A mudança só acontecerá quando nos tornarmos intelectualmente superiores a esses ignorantes. Devemos buscar resultados intelectuais, existenciais e morais em nossa própria formação.”