
O recuo dos deputados da base do governo Temer sobre a reforma da Previdencia foi considerado pelo vereador Odiosvaldo Vigas (PDT), como desmonte das ideias e propostas criadas ao projeto.
“O que está fazendo o governo recuar é o desmonte das ideias do governo Temer, porque o Tribunal de Contas da União e o Ministério Público já solicitaram que o governo faça um auditoria nas suas contas para ver se a Previdência realmente tem déficit ou não. Eu já vinha colocando há muito tempo que os bancos públicos são os grandes devedores da Previdência. Vinha colocando também que existem grandes fraudadores para com a Previdência Social e na questão também da própria arrecadação da Previdência que passa pelo Cofins, o lucro líquido das empresas e tantos outros. É preciso levantar essas questões e o mais gritante é que 30% do que entra para a Previdência são desviados. Precisamos acabar com isso. Este é o momento do desmonte das ideias. Eu acredito que com os deputados federais compromissados com o povo brasileiro e com as ideias sociais, essa reforma não pode ser aprovada do jeito como está e também não pode ser aprovada entre junho e julho. Ela terá que seguir o tramite normal sem assodamento para poder ser encontrada o melhor tipo de proposta de reforma para o povo brasileiro. Tem cidadãos que apresentam conflitos de interesse no desempenho das suas ações. Esse secretário nacional da Previdência não era para está onde está porque ele faz parte de um conselho de Previdência privada. Isso é conflito de interesse em um país em que o povo é vigilante. Ele teria que sair de um ou de outro. Ele não pode está nos dois. No entanto, está defendendo a Previdência privada. São essas coisas que a população começa a se mobilizar. O governo tem que baixar a bola e procurar entender os movimentos sociais e a insatisfação do povo. Não é somente o povo que é oposição ao governo Temer, mas também o povo que apoiou o impeachment de Dilma que também tem que ir às ruas. O povo começou a perceber que ele será sacrificado com seu filho, seu neto e sua esposa etc. Na verdade, a ideia é a privatização da previdencia”, denuncia Vigas.
Sobre o projeto de terceirização aprovado pela Câmara, o vereador disse que é contra a terceirização em todos os níveis.
“Eu apoio a terceirização meio, mas sou contra a terceirização fim porque isso é voce tirar direito do trabalhador. Isso vai fazer com que o trabalhador se torne uma peça de fácil manejo diante do setor empresarial. Eu acredito que o Senado está se colocando para aprovar uma legislação menos traumática e menos contrária ao trabalhador. Esperamos que isso aconteça por que acho que é uma grande falha do governo Temer achando que com essa lei vai fazer a economia crescer. A economia não cresce por isso, a economia cresce pelo envolvimnto de todos. Não se deve voltar ao trabalho escravo, pois o trabalhador será usado sem a garantia dos seus direitos. Isso vai ter uma demanda judicial muito grande. Acho que a flexibilização da lei trabalhista no momento em que coloca a atividade fim, isso é um prejuizo ao cidadão brasileiro. Vamos analisar: um médico. Vai pegar um médico e coloocar na atividade fim, lá na ponta, com salário talvez mais baixo e não competitivo? Vai pegar um professor e terceirizar um professor lá na ponta? Não tem sentido. Foi precipitado a Câmara dos Deputados aprovar esse projeto e o próprio Ministério Público do Trabalho e o Tribunal Superior do Trabalho se colocaram de maneira contrária”, critica Odiosvaldo.
Se a CPI vai desmontar a proposta de reforma da Previdência, o parlamentar acredita que o Tribuunal de Contas da União (TCU) deveria ter o compromisso com a discussão da proposta ao fazer um levantamento dentro da esfera que pode ser julgado,
“A CPI vem pela motivação do compromisso com o povo brasileiro e com a questão social e vai provar que esse desmonte da Previdência pública era para simplesmente fazer a Previdência privada complementar”, considera o pdtista.
Rafael Santana