
O transporte público na Bahia vive o pior momento de sua história, um reflexo direto da incapacidade administrativa de Jerônimo Rodrigues. Desde a retirada dos trens do Subúrbio Ferroviário, sob a promessa de um VLT que nunca saiu do papel, até o abandono do projeto da ponte Salvador-Itaparica, o governo do PT tem acumulado fracassos.
Agora, o caos atinge o transporte rodoviário na Região Metropolitana de Salvador (RMS), com empresas anunciando o encerramento de suas operações devido à inviabilidade financeira, à concorrência do transporte clandestino e à integração tarifária deficitária com o metrô. Apesar das promessas da Agerba de “ajustes” para garantir o atendimento, a população já perdeu a confiança em um governo que acumula promessas não cumpridas.
Além da crise estrutural, a segurança pública tornou-se outro elemento de tensão. Na manhã desta segunda-feira (27), dois criminosos incendiaram um ônibus na Avenida Ulisses Guimarães, no bairro de Sussuarana, em represália à morte de um suspeito de tráfico durante uma ação policial. O coletivo fazia a linha Barra 1 x Sussuarana e foi completamente destruído.
Casos como esse não são novidade: em 2023, outros dois ônibus foram incendiados na mesma região. O descaso é evidente, e a população se vê desamparada diante de uma gestão que falha em proteger não apenas as pessoas, mas também o patrimônio público.
A crise no transporte público vai além dos ônibus incendiados. Greves iminentes, como a dos rodoviários metropolitanos marcada para o dia 28 de janeiro, ameaçam agravar ainda mais o cenário de caos. Apesar de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado no ano passado, o governo não conseguiu oferecer condições para manter as linhas em funcionamento. Milhares de moradores da RMS, incluindo cidades como Lauro de Freitas, Camaçari e Simões Filho, serão diretamente prejudicados. A proposta das empresas de transporte para que o governo absorva integralmente os custos do sistema metroviário foi ignorada, mostrando a falta de planejamento e liderança da administração estadual.
Enquanto a população sofre com transporte precário e violência crescente, o governo parece mais preocupado em minimizar os fatos do que em resolvê-los.
O comandante-geral da Polícia Militar, Coronel Paulo Coutinho, chegou a classificar o incêndio do ônibus como “um fato inusitado”, ignorando o histórico de ataques semelhantes e a escalada da criminalidade.
A verdade é que Salvador e a Bahia estão à mercê de uma gestão que perdeu o controle da segurança pública e do transporte, agravando o sentimento de abandono que há muito tempo permeia a sociedade baiana.