
Uma semana após ser deflagrada a Operação Cartão Vermelho, que colocou na mira da Polícia Federal o ex-governador e atual secretário de Desenvolvimento Econômico Jaques Wagner (PT), suspeito de receber propina por suposto superfaturamento de R$ 200 milhões nos contratos para demolição, construção e gestão da Arena Fonte Nova, com o consórcio Fonte Nova Participações (OAS / Odebrecht), a bancada de oposição da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) deu entrada, na tarde desta segunda-feira (5), no pedido para criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Arena Fonte Nova.
O coletivo oposicionista protocolou tambtambém no Tribunal de Contas do Estado (TCE), um pedido de informações sobre o contrato de Parceria Público Privada (PPP) firmado entre o governo do estado e a FNP. Está sob cuidado do conselheiro Pedro Lino o processo que trata da PPP e que, em 2016, foi declarado irregular pelo pleno do tribunal.
A oposição quer saber do TCE se a FNP e o governo do estado cumpriram as determinações contidas na decisão proferida na sessão realizada no órgão, em 12 de abril de 2016 quando foi pedido o recálculo das contraprestações pagas pelo estado mensalmente ao consórcio.
Trâmite
Agora, está nas mãos do presidente da Casa, Ângelo Coronel (PSD), acatar ou não o pedido para a abertura da CPI. Filiado à um dos principais partidos da base de Rui Costa (PT) e em plena disputa para ocupar uma das vagas à senatória na chapa do governador, Coronel já disse, contudo, que vai “agir como um magistrado, com isenção, na condição de presidente da Casa”.
Coronel encaminhou o pedido para a Procuradoria Geral da Casa para embasar sua decisão. A Procuradoria apontará em parecer se há fato pertinente e se o requerimento está em conformidade com o Regimento Interno da Alba e com a Constituição da Bahia.
A operação da PF, neste que é um ano eleitoral, pode repercutir não só nos planos do ex-governador, de sair candidato ao Senado, como já ecoou nacionalmente entre partidos da esquerda que viam em Wagner um dos planos B para substituir Lula para candidatura à presidência. O outro seria o de Fernando Haddad, que acabou se fortalecendo com o infortúnio do ex-governador da Bahia.
Fonte: A TARDE On Line