
Após relatos à Ouvidoria da Câmara de Salvador dos moradores da comunidade Alto da Esperança, mais conhecida como Pela Porco, sobre problemas relacionados à atuação da polícia militar, o ouvidor-geral do Legislativo, vereador Luiz Carlos Suíca (PT), se reuniu com representantes da Polícia Militar e populares, na noite de terça-feira (30). O objetivo foi de propiciar uma interação maior entre a comunidade e os agentes de segurança para diminuir a sensação de insegurança exposta pelos moradores.
De acordo com os registros dos populares, há excessos na ação de alguns policiais militares na comunidade do Pela Porco. “Os policiais militares saem das comunidades. O comportamento deles é inerente à sociedade em que vivemos e à educação que eles tiveram ao longo das suas trajetórias. Minha formação também foi na comunidade, convivendo com as coisas boas e ruins. A comunidade quer segurança, poder bater um papo sem correr riscos. Reivindicamos, também, serviços sociais e atividades lúdicas, que também irão auxiliar na sensação de segurança. Os PMs são trabalhadores, têm um papel fundamental, e devem estar lado a lado com a população. O Estado deve ser sempre a nossa mãe, que nos educa, nos direciona e nos protege”, afirma Luiz Carlos Suíca.
Morador do bairro há 47 anos, Marcos Bahia relata que populares estão tendo o direito de ir e vir cerceado por ações de policiais militares. “Fico triste com as coisas que vêm acontecendo na nossa comunidade. Temos passado por situações complicadas. Estamos perdendo os nossos direitos por causa de umas ações de policiais. Sabemos, também, que isso não é a corporação da Polícia Militar e, sim, alguns indivíduos de forma isolada. Temos visto o trabalho social que a polícia tem feito em algumas comunidades e por isso estamos reivindicando que o mesmo modelo seja implantado aqui.
Problema social
As dificuldades enfrentadas e as peculiaridades envolvidas no desenvolvimento de uma estratégia de segurança pública nas comunidades foram relatadas pelo tenente-coronel Denivaldo Campos, representante do comandante-geral da Polícia Militar, coronel Anselmo Brandão.
“A gente sabe que é difícil lidar com pessoas. A nossa corporação adota todas as medidas para evitar qualquer tipo de abuso. Precisamos que os moradores sejam parceiros e nos deem informações. A comunidade precisa se unir para buscar melhorias. De ponta a ponta em Salvador, todos os bairros têm os seus problemas. Em todos os locais existem os bons e maus e a polícia precisa saber diferenciar”, declara.
Presente também no evento o tenente-coronel Marcelo Adães, responsável pelo batalhão que atua no Alto da Esperança.
Além de discutir a segurança pública e a relação entre policiais e comunidade, a Limpurb, a Secretaria de Manutenção e a Secretaria da Ordem Pública foram convidados para o debate com os populares. Um relatório com todas as reivindicações será encaminhado aos órgãos responsáveis.
Fonte: Secom/CMS