
O governador Jerônimo Rodrigues enfrenta pressões dentro e fora do Palácio de Ondina para acelerar o ritmo de obras na Bahia. Com o calendário eleitoral apertado, especialistas alertam que o prazo efetivo para tirar projetos do papel e entregá-los antes de 2026 é de apenas um ano e meio. Apesar de comemorar a marca de 300 municípios visitados, aliados admitem que o governo peca na execução de projetos estruturantes, preferindo obras menores para atrair apoio de prefeitos.
Essa estratégia já rendeu ao governador o apelido de “Governo tamanho P”, uma crítica ao desempenho aquém do esperado, em contraste com o slogan “Governo tamanho G” da gestão Rui Costa.
Nos bastidores, cresce a insatisfação com a atuação de Afonso Florence à frente da Casa Civil, pasta fundamental para destravar obras estaduais. Para tentar reverter o cenário, nomes como Marcus Cavalcanti, ex-secretário de Infraestrutura e atualmente no governo federal, foram cogitados. Contudo, Cavalcanti já sinalizou que não pretende voltar à Bahia, especialmente diante da falta de prioridade que Jerônimo tem dado à gestão administrativa. Com um Planalto confortável e distante das disputas locais, Cavalcanti prefere evitar a responsabilidade de salvar a reeleição do governador.
Enquanto isso, a ausência de projetos regionais relevantes e o foco em ações de menor impacto deixam um cenário político delicado para Jerônimo. O tempo curto e a falta de articulação com lideranças locais podem ser um entrave para garantir uma campanha competitiva em 2026.
Para muitos aliados, simpatia e promessas não serão suficientes para superar a desconfiança gerada pela baixa produtividade nos primeiros anos de mandato.