A primeira Área de Proteção Ambiental (APA) criada pela Prefeitura de Salvador passa a ter regimento próprio e conselho gestor formado a partir de janeiro de 2017. Trata-se do Parque em Rede Pedra de Xangô, no bairro de Cajazeiras, cuja área preservada de mais de 17 hectares integra o novo Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de Salvador (PDDU).
De acordo com a Secretaria Cidade Sustentável (Secis), responsável pela criação e manutenção da APA, a estrutura prevista contempla a construção de ciclovia, estacionamentos, anfiteatro, quadras poliesportivas, ampliação da arborização e a criação de um viveiro etnobotânico para o cultivo de plantas medicinais, além de uma área para as cerimônias em homenagem ao orixá Xangô, que batiza a pedra que nomeia o parque.
Já foram realizadas reuniões com participação da comunidade a fim de discutir as diretrizes que regerão o funcionamento do parque, que será um ambiente para ritual, mas com perspectivas de receber turistas interessados nos diversos atrativos que o espaço oferecerá. “A própria comunidade – moradores, o povo de santo e empresários locais – já tem ideia do que esperar do Parque Pedra de Xangô, e nos trouxe diversas reivindicações, como a necessidade da construção de um módulo policial, a erradicação dos esgotos a céu aberto para construção de estacionamentos capazes de acomodar ônibus de excursão e a proibição de construções invadindo os limites da área sagrada”, explica o subsecretário de Cidade Sustentável, José Augusto Saraiva.
Segundo a Secis, a adição do termo “Rede” na nomenclatura do parque se dá por conta das diversas atividades interligadas que são realizadas pelos adeptos do candomblé na região, como o plantio de quiabos para o preparo do amalá, prato que integra o ritual do orixá, e a preservação das fontes de água natural utilizadas para a lavagem dos alimentos ofertados na cerimônia. Além disso, outros aspectos ritualísticos são realizados em pontos variados da reserva.