
Os partidos do “centrão” (PP, DEM, PR, PRB e SD) estão inclinados a apoiar o pré-candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, Geraldo Alckmin. A decisão foi tomada em reuniões realizadas entre anteontem e ontem com os principais caciques das siglas. O PR decidiu que o empresário Josué Alencar (PR), filho do ex-vice-presidente da República José Alencar, deve ser indicado pelo bloco para vice dos tucanos.
“Houve a reunião de Valdemar [Costa Neto, presidente do PR] com os membros do blocão e ficou definido que todos vão caminhar juntos. Agora teremos outras reuniões. Acho que essa questão estará decidida na quarta-feira da próxima semana”, assegura o deputado federal baiano José Rocha (PR) à Tribuna. Ele afirmou ainda que Josué é o mais cotado, mas que não foi colocado como condição para o PR apoiar o grupo. “Poderá ser [Josué Alencar]. É um nome que é aceito por todos”.
Segundo Gerson Camarotti, da GloboNews, os partidos estão divididos. Enquanto PP e SD mostram simpatia pela candidatura de Ciro Gomes, o PRB prefere o apoio a Alckmin, assim como nomes importantes do DEM, com exceção de Maia. O apoio do “centrão” é visto como essencial tanto por Alckmin quanto por Ciro, porque representa estrutura partidária e tempo de televisão numa campanha curta, de 45 dias, e com financiamento público. Só o PR agrega 1 minuto e 5 segundos. Segundo a coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo, Valdemar Costa Neto exaltou na reunião que Alckmin é de São Paulo, seu estado, e tem perfil mais previsível do que o explosivo Ciro. Ele também declarou, por outro lado, que não faz veto ao pedetista e que seguirá o que o grupo decidir.
Conforme a Tribuna já informou, PT corre atrás também do apoio do PR. O problema é que a indefinição sobre a candidatura do ex-presidente Lula e a escolha da cabeça de chapa do partido vem dificultando as tratativas. Para caminhar com o PT, os republicanos colocaram uma condicional: Josué sairia como cabeça de chapa.
PDT vê com ceticismo alianças com PR e PSB
O PDT está na espera sobre uma possível aliança com o “centrão”. A legenda considera que os argumentos já foram esgotados e que agora o melhor mesmo é esperar. Procurado pela Tribuna, o presidente nacional da agremiação, Carlos Lupi, disse que o partido nada pode mais fazer para tentar fechar o blocão no entorno de Ciro Gomes.
“Conversamos no último sábado. Depois, não tivemos mais nenhuma conversa. Agora a decisão é deles. A imprensa já sabe que eles decidiram se unir. Os partidos estão unidos e eles estão entre nós e o Alckmin. Agora não depende mais da gente”, assegura. Indagado sobre as conversas com o PSB, Lupi também é enfático: “Está no mesmo pé, mas não estou com muita fé de que essa coligação vai acontecer. Agora, eles têm o tempo deles. Cada um tem seu tempo e temos que respeitar o tempo de cada um”.
A senadora Lídice da Mata (PSB) esteve recentemente em reunião com o governador de São Paulo, Márcio França, para discutir os rumos nacionais da legenda. Entre os assuntos abordados, estava o possível apoio da legenda socialista ao pré-candidato do PDT ao Palácio do Planalto, Ciro Gomes. A baiana é aliada dos petistas e uma das maiores defensoras da soltura do ex-presidente Lula (PT).
Fonte: Tribuna da Bahia