Partidos se dividem entre ‘chapão’ e ‘chapinha’

Crédito: Divulgação/Secom/PMS

Vista como forma de pacificar os partidos que compõem a base de sustentação do prefeito ACM Neto e do candidato ao governo da Bahia, Jose Ronaldo, a criação do chamado ‘chapão’ ou ‘chapinha’ na composicao da chapa única de oposição sob o comando do DEM pode aprofundar divisão entre os aliados. Em aparições e entrevistas à imprensa, políticos simpaticos à candidatura de Zé do Sertão se dividem sobre possível alternativa a disputa e o enfrentamento direto entre ele e o governador Rui Costa à sucessão estadual.

As teses entre a configuração de ‘chapão’ e ‘chapinha’, no entanto, enfrentam resistência e dividem os aliados. Para evitar desgaste em torno das oposições, ACM Neto tem atuado fortemente nas articulações pelos bastidores na tentativa de unir as legendas em torno de uma chapa única.

Para Neto, a decisão de acatar a proposta de unificar os partidos para a formação de uma chapa majoritária unica é de responsabilidade do pré-candidato José Ronaldo (DEM), mas disse que vai trabalhar para conciliar os políticos e unificar os partidos DEM, PSDB e os demais. “Todo o trabalho que eu vou fazer é no sentido de aglutinar as duas candidaturas em um plano político de modo que João Gualberto e José Ronaldo possam estar juntos no mesmo palanque, mas a decisão não cabe a mim, cabe ao PSDB”, afirmou Neto durante assinatura de ordem de serviço do Mercado Municipal de Cajazeiras. Quanto aos arranjos sobre às coligações partidárias para os cargos de deputado federal e estadual, ele desconversou.

“Nós ainda temos tempo. As convenções partidárias vão acontecer do dia 20 de julho ao dia 5 de agosto. É muita coisa pela frente para acontecer. É muito tempo para a gente ficar especulando. Quando a gente especula, a tensão só faz aumentar, os partidos ficam ficar inquietos. A melhor coisa é agir nos bastidores, com cautela, ter a devida compreensão de que ainda falta para tudo acontecer e na hora que as decisões forem maduras, elas serão tomadas e anunciadas”.

Para lideranças de partidos menores que integram a base de oposição ao governador Rui Costa, não há consenso entre as legendas sobre os dois arranjos.

Na opinião de alguns líderes, essa configuração alavanca os partidos maiores e politicos com mandato, o que deixaria mais frágil as legendas em termos de atrair e conquistar votos dos grandes e também colocaria os candidatos no “sacrifício” sem chances de conseguir um mandato.

“Sou contra o chapão. O PHS vai para a chapinha está montando um quadro independente. Pode sair só ou pode sair coligado com partidos menores”, afirmou Júnior Muniz.

Sobre a proposta, o presidente do PPS da Bahia, vereador Joceval Rodrigues, também já disse que o partido não vai compor o chapão. O Solidariedade de Luciano Araújo segue a mesma decisão do PPS. Ivanilson Gomes (PV) defende a construção de uma chapa com partidos menores. Os verdistas não definiram ainda se continuam no apoio e na base de sustentação ao grupo de oposição.

Outro que refuta a ideia de chapão é o deputado federal Lúcio Vieira Lima (MDB). “Temos conversado com vários partidos, principalmente com os partidos que chamamos de ‘emergentes’, que alguns querem chamar de ‘nanicos’. Inclusive tenho sido até procurado muito por eles, porque na hora que as outras candidaturas defendem um chapão, então, ninguém dos partidos pequenos vai entrar nisso. Eles sabem que é suicídio político, não elege ninguém”, disse Lúcio.

Apesar das posturas divergentes de algumas siglas, o deputado federal Benito Gama (PTB) compactua com a idéia de chapão e acredita intimamente que está apto a compor este arranjo de uma chapa consensual entre as oposições.

“Acho que o chapão é mais razoável porque junta todos que têm apoiado Neto nos últimos anos, sobretudo os deputados federais. Os que querem a chapinha pretendem usar a estrutura da Prefeitura para fazer a chapinha, entendeu? Cada partido faz a chapa que quiser, eles só não podem usar a estrutura da Prefeitura para fazer uma chapinha contra os deputados federais”, assinalou.

Para o deputado estadual Marcell Moraes (PSDB), no entanto, a proposta de chapão seria a mais viável para evitar desgastes entre os oposicionistas. “Acho que seria justo o chapão. Quem quer disputar eleição não pode ter medo de voto. A chapinha é formada por candidatos que querem facilidade de votos. A chapinha elege com poucos votos, só que tira uma vaga de quem está eleito há quatro anos”, declarou.

Moraes, que saiu do PV e se filiou ao partido tucano, acredita que o ACM Neto vai trabalhar na tentativa de formar o chapão para evitar divisão, compor a unidade e pacificar os aliados. “Quem é trabalhador será beneficiado. Essa é a minha análise. Mas tenho certeza que o prefeito ACM Neto obviamente vai defender o chapão, porque será mais justo para todos”, reforça.

Rafael Santana com informações da Tribuna da Bahia On Line

Sobre Emmanuel

Como me defino? Pernambucano, católico e ANCAP. Sem mais delongas... " Totus Tuus Mariae". "... São os jovens deste século, que na aurora do novo milénio, vivem ainda os tormentos derivados do pecado, do ódio, da violência, do terrorismo e da guerra..." Um adendo: somos dois pernambucanos contra um "não-pernambucano". Rs

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