
O ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil-MA), foi indiciado pela Polícia Federal (PF) por suspeita de envolvimento em crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva. A investigação gira em torno de desvios de recursos destinados a obras de pavimentação em Vitorino Freire (MA), cidade governada por sua irmã, Luanna Rezende.
As obras teriam sido financiadas por emendas parlamentares indicadas por Juscelino quando ainda era deputado federal.
As suspeitas ganharam força com um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU), que apontou benefícios diretos às propriedades da família do ministro. A PF também encontrou mensagens suspeitas no celular de Eduardo DP, empresário apontado como sócio oculto da Construservice, empresa envolvida nos contratos com a Codevasf. Essas mensagens indicam uma relação criminosa entre Juscelino e Eduardo DP, reforçando a tese de desvio de, no mínimo, R$ 835,8 mil.
O relatório final foi enviado ao ministro Flávio Dino, relator do inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF). A PF mapeou três caminhos utilizados para desviar recursos: obras de pavimentação beneficiando propriedades do ministro, pagamentos a terceiros e contratação de uma empresa suspeita de ser de propriedade de Juscelino. A irmã do ministro foi alvo de busca e apreensão, mas o pedido de busca contra Juscelino foi negado pelo ministro Luis Roberto Barroso.