
O presidente do PT na Bahia, Éden Valadares, expôs o que muita gente já sabia: dentro do partido, a tal “democracia interna” vale apenas quando interessa à cúpula. Em reunião comandada por Gleisi Hoffmann, o diretório nacional aprovou uma mudança no estatuto que permite a reeleição de parlamentares e dirigentes mesmo após três mandatos consecutivos. E Valadares, que sempre defendeu a renovação, agora vê a sigla abrir espaço para a perpetuação de caciques no poder.
“No mérito, sou contra. A decisão de ontem significou um retrocesso”, admitiu o petista, que, curiosamente, ainda diz apostar no “novo” enquanto seu partido faz exatamente o contrário.
A incoerência salta aos olhos. O mesmo PT que prega renovação agora permite que os mesmos nomes sigam no controle por tempo indeterminado. O próprio Valadares aponta que a bancada federal do partido tem média de 64 anos e que a juventude é apenas um discurso vazio dentro da legenda.
Mas o mais grave é a postura do petista baiano: se a decisão foi tomada democraticamente dentro do partido, por que ele não a aceita? Se os próprios filiados escolheram esse caminho, onde fica o respeito ao voto da base?
No fim, fica claro que, para o PT, a democracia sempre tem um porém quando não segue o que seus líderes desejam.
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(Com informações do Bahia.ba)