
O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, afirmou neste domingo (4) que não há mandados de prisão contra María Corina Machado e Edmundo González Urrutía, principais figuras da oposição ao regime de Nicolás Maduro.
“Eu quero conhecer as ordens [de prisão], vê-las, porque não existem”, declarou Saab em entrevista à rádio venezuelana Caracol. Ele confirmou que há uma investigação em andamento para identificar responsáveis por incêndios criminosos em prédios públicos, mas não citou nomes. “Todo aquele dirigente que faça um chamado a atos de terrorismo será detido”, acrescentou Saab.
Após o pleito, Saab acusou Corina de envolvimento em um suposto ataque contra o sistema eleitoral. Outras figuras do regime também pediram a prisão dela e de González, candidato da oposição. Diante dessas ameaças, o governo da Costa Rica ofereceu asilo aos dois líderes. Corina e González têm convocado manifestações para denunciar uma suposta fraude eleitoral. O regime já prendeu mais de 1.200 pessoas durante os protestos, enquanto a ONG Human Rights Watch relatou mais de 20 mortes. Saab negou a violência das forças de segurança e acusou os manifestantes de simular ferimentos.
No sábado (3), Corina discursou em Caracas, reforçando a acusação de fraude. O Conselho Nacional Eleitoral anunciou a reeleição de Maduro com 52% dos votos, mas a oposição afirma que González venceu com 67%.