
O Colégio Estadual Deputado Manoel Novaes, após 32 anos na Avenida Araújo Pinho, no Canela, enfrenta a possibilidade de mudança para dividir espaço com o Colégio Central da Bahia, em Nazaré. Professores e alunos estão mobilizados contra a decisão, com um abaixo-assinado já em circulação e uma discussão marcada para esta terça-feira (26), na Comissão de Educação da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba). Segundo os educadores, cerca de 600 alunos foram informados sobre a mudança durante o processo de renovação de matrículas.
Entre os principais argumentos contra a mudança está a forte ligação do colégio com o entorno cultural, apelidado de “quadrilátero das artes”. A instituição está estrategicamente localizada próximo à Escola de Música da UFBA, ao Teatro Castro Alves e a outras referências artísticas da cidade.
“Temos 32 anos de história e vínculo com esses espaços. Nossos estudantes participam de apresentações artísticas nesses locais. A estrutura atual é pensada para o curso técnico de música. Será que o Colégio Central terá as mesmas condições?”, questiona Sérgio Teixeira, professor há 26 anos.
A possível transferência também preocupa pela questão histórica e pedagógica. A professora de Geografia Geciene Nunes vê o esvaziamento da escola como parte de um processo mais amplo de descaso.
“Uma escola não pode ser fechada, tem que ser revitalizada. Não quero que o Manoel Novaes sofra o mesmo destino do Odorico Tavares”, disse, referindo-se ao colégio estadual fechado em 2020.
A mudança estaria ligada a uma disputa pelo terreno ocupado pela escola, supostamente pertencente à UFBA e atualmente em disputa com o Hospital das Clínicas. Procuradas, a universidade e o hospital afirmaram não ter conhecimento do caso.
Até o momento, a Secretaria de Educação da Bahia também não se manifestou.
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(Com informações do Correio)